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Carta de Bolsonaro ao Senado aponta risco de retrocesso se MP for alterada

O presidente Jair Bolsonaro com os presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP)  - Marcos Corrêa/PR
O presidente Jair Bolsonaro com os presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) Imagem: Marcos Corrêa/PR

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

28/05/2019 16h34

A carta enviada ao Senado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) e pelos ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia) e Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) alerta para risco de "retrocesso que causará prejuízos a toda a nação brasileira" caso a MP 870, medida que define o número de ministérios e a estrutura do governo, não seja aprovada imediatamente na Casa.

O documento, divulgado hoje pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), é uma tentativa de o governo Bolsonaro convencer parlamentares a não votarem pela transferência do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ao Ministério da Justiça. Se a mudança ocorrer, o texto da MP teria que voltar à Câmara dos Deputados para deliberação até o dia 3 de junho.

Ou seja, qualquer alteração no texto praticamente inviabilizaria a análise da matéria em tempo hábil. Se a MP caducar, o governo Bolsonaro sofrerá uma grave derrota. Além de não conseguir aprovar no Congresso a sua própria organização básica, o país voltaria a ter 29 ministérios, e não os 22 definidos pela Presidência.

O Executivo trabalha nos bastidores para persuadir a maioria do Senado a não alterar o texto da MP.

Alcolumbre se reúne com os líderes na tarde de hoje na tentativa de estabelecer um consenso, mas há grande resistência devido à pressão das ruas. Nas manifestações do último domingo, o deslocamento do Coaf para a pasta de Moro foi uma das reivindicações mais recorrentes.

Ou seja, parlamentares não estão dispostos a contrariar o que entendem ser o anseio das ruas, o que levaria a desgaste desnecessário. Por outro lado, o governo tentará atribuir aos resistentes uma relação de culpa diante da possibilidade de recriação de ministérios e, consequentemente, a derrocada da reforma administrativa proposta por Bolsonaro em janeiro, logo após tomar posse.