Deputados do PSL querem CPI para apurar quem invadiu celular de Moro
Os deputados Carlos Jordy (PSL-RJ) e Filipe Barros (PSL-PR) vão apresentar ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), requerimento para criar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Interceptação Clandestina, visando investigar a interceptação, a violação de sigilo e a divulgação de conversas entre o ex-juiz Sergio Moro e procuradores da Operação Lava Jato.
Anteontem, o site The Intercept Brasil publicou o conteúdo vazado de supostas mensagens trocadas por Moro, da época em que respondia pela 13º Vara Federal de Curitiba, e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato na capital paranaense, Deltan Dallagnol. O site publicou, ainda, diálogos entre procuradores.
A força-tarefa da Lava Jato reagiu às reportagens e afirmou que "seus membros foram vítimas de ação criminosa de um hacker que praticou os mais graves ataques à atividade do Ministério Público, à vida privada e à segurança de seus integrantes".
Segundo a assessoria de imprensa do deputado Carlos Jordy, que é vice-líder do governo, os parlamentares fariam "uma força-tarefa" hoje para coletar as 171 assinaturas necessárias para a CPI.
À noite, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) postou no Twitter que havia assinado o documento, pedindo apoio de seus seguidores. "Fale para o seu deputado assinar também. Não vamos deixar a esquerda e os corruptos ganharem essa guerra", disse.
Jordy e Barros indicam que os dados "obtidos de maneira ilícita violam a privacidade", mas "se mostram ainda mais graves" por conta da relação com membros da força-tarefa em Curitiba, indicada pelos parlamentares como "a maior operação anticorrupção da história do Brasil".
Segundo os deputados, as conversas foram expostas na imprensa com "o intuito de denegrir a imagem do ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e o procurador Deltan Dallagnol".
Os parlamentares dizem que é "imprescindível" e cabe à Câmara investigar os motivos e os "possíveis mandantes, executores e beneficiados" pelo "ataque à própria soberania do Estado brasileiro".
"Cabe à Câmara apurar possíveis mandantes, executores e beneficiados com o crime. Caberá à CPI investigar as atividades dos responsáveis pela criminosa interceptação e divulgação de conversas ocorridas entre procuradores da República, juízes federais e o ministro Sergio Moro", dizem os deputados.
A Comissão Parlamentar de Inquérito seria composta por 27 titulares e teria 120 dias para concluir as investigações.
*Com reportagem de Pepita Ortega, do Estadão Conteúdo.
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