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Tacla Duran é um lavador de dinheiro foragido, diz Moro

Hanrrikson de Andrade, Leandro Prazeres e Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

19/06/2019 14h23

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, desqualificou as acusações feitas pelo advogado Rodrigo Tacla Duran contra a Operação Lava Jato publicadas ontem (19) pelo UOL. Tacla Duran afirma que havia um esquema de extorsão de pessoas investigadas pela operação que envolveria o advogado Marlus Arns.

"Isso é história requentada. Isso saiu em 2017, é uma história totalmente estapafúrdia. Essa pessoa é um lavador profissional de dinheiro que está foragido do país para escapar do processo", afirmou Moro durante depoimento no Senado para esclarecer as mensagens vazadas pelo site The Intercept Brasil.

Tacla Duran foi investigado pela Lava Jato, sendo acusado de ter feito a lavagem de pelo menos US$ 95 milhões para a Odebrecht. O advogado chegou a ser preso por 70 dias na Espanha, mas foi posto em liberdade pelas autoridades espanholas. Atualmente, ele vive no país europeu.

Em reportagem publicada ontem, Tacla Duran disse ter pago US$ 612 mil ao advogado Marlus Arns a título de extorsão. Segundo ele, o mecanismo funcionava da seguinte forma: pessoas investigadas pela Lava Jato deveriam pagar quantias a advogados com a promessa de que conseguiriam acordos de delação posteriormente homologados por Moro. "Se eu não pagasse, era preso", disse o advogado.

Questionado pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN) sobre a matéria, Moro afirmou que as declarações de Tacla Duran seriam fantasiosas. "Não tem nada em relação a essa pessoa a não ser a fantasia de um criminoso querendo atacar o juízo e os procuradores", explicou.

Uma carta redigida por advogados de Tacla Duran na Espanha afirma que o ele foi extorquido e ameaçado e que Marlus Arns já tinha trabalhado com a mulher do ministro, a advogada Rosangela Moro.

O advogado chegou a ter o seu nome na lista de procurados da Interpol, mas acabou sendo retirado do "alerta" da instituição.

O Ministério Público da Suíça informou que o advogado está prestando informações no âmbito de um processo que investiga o caso e as relações entre a Petrobras e a Odebrecht.