Bolsonaro diz que militar preso na Espanha 'vai pagar um preço alto'
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse hoje que o militar preso no aeroporto de Sevilha, na Espanha, por suspeita de traficar drogas em um avião reserva da comitiva presidencial, vai pagar um "preço alto".
O sargento da aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, 38, foi preso na terça-feira (25) sob suspeita de carregar 39 quilos de cocaína na bagagem. Ele estava em um voo de apoio à delegação de Bolsonaro, que tinha prevista uma parada na Espanha como parte da viagem ao Japão, onde o presidente participa do G20.
"Me associar com esse episódio é brincadeira, não vou nem responder isso daí", disse Bolsonaro sobre o episódio nesta noite (manhã no Japão), em sua transmissão semanal nas redes sociais.
O presidente também disse que as autoridades brasileiras colaborarão com a polícia espanhola, e o militar deverá pegar "até 30 anos de prisão". Mas ainda não está claro se o sargento será julgado em âmbito militar - o que poderia resultar em expulsão e prisão de cinco anos --, ou civil. A decisão caberá ao Ministério Público Militar.
Bolsonaro disse ainda que o sargento teria sido sentenciado com pena de morte caso tivesse sido preso na Indonésia. Em 2015, dois brasileiros foram executados no país após terem sido pegos com cocaína. À época, autoridades brasileiras enviaram pedidos de clemência. "[É um país] 100% seguro, porque fez besteira lá, paga", defendeu Bolsonaro.
O presidente lamentou o caso do sargento, disse que o militar fez o transporte da droga por "livre e espontânea vontade" e afirmou acreditar que ele esteja "há um tempo envolvido nisso, porque ninguém, em uma primeira viagem, coloca 39 quilos de entorpecente [na bagagem]".
Bolsonaro afirmou ainda que sua bagagem sempre é revistada nas viagens oficiais. "Nunca perguntaram se pode, já sabem que é para revistar e ponto final", afirmou.
Hoje, a FAB (Força Aérea Brasileira) informou que um Inquérito Policial Militar foi aberto para investigar como o sargento conseguiu embarcar com a droga no avião oficial.
Até o momento, a corporação não soube informar se a tripulação da aeronave passou por inspeções, como as feitas por equipamentos de raio-X, antes do embarque e da decolagem. O inquérito está sob sigilo.
Na live, Bolsonaro voltou a rebater uma fala da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, de que a situação do Brasil em questões ambientais, sob o atual governo, é "dramática".
"Ninguém vai dar pito no presidente Jair Bolsonaro", afirmou. "Eu represento o Brasil e ponto final".
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