Lava Jato: em 1º leilão, Lamborghini de Eike e lancha de Cabral encalham
A primeira fase do leilão de bens milionários alienados de réus da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro terminou com pouco interesse. Com um cardápio que ia da Lamborghini Aventador do empresário Eike Batista à lancha Manhantan Rio, do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), o certame teve propostas por apenas dois bens. Os itens voltam a ser disputados no dia 18 de julho, dessa vez com desconto de 20% nos lances mínimos estipulados pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
A primeira fase do leilão foi realizada presencialmente no auditório da Justiça Federal, na Saúde, região central do Rio, e pela internet. Os dez bens disponibilizados somam mais de R$ 12,5 milhões. Os destaques do conjunto são a lancha de Cabral, avaliada em R$ 3,5 milhões; a lancha Spirit of Brazil, de Eike, estimada em R$ 3,5 milhões; a fazenda do economista Carlos Miranda, principal operador financeiro de Cabral, em Paraíba do Sul (RJ), orçada em R$ 3 milhões; e a Lamborghini Aventador de Eike, que foi avaliada em pouco menos de R$ 2,25 milhões.
Apenas dois bens leiloados no âmbito da Lava Jato, ambos de Eike Batista, foram arrematados. Um jet boat foi comprado por R$ 47 mil à vista. Já um jet ski, avaliado em R$ 42 mil, foi arrematado por R$ 43,5 mil parcelados --nesse caso, o comprador precisa pagar uma entrada de 25% do valor, parcelando o saldo restante em até 30 vezes, com parcela mínima de R$ 1.000.
De acordo com o leiloeiro Renato Guedes Rocha, responsável pela venda dos bens, a falta de interesse na primeira fase é comum.
"Normalmente as pessoas não dão lance no primeiro leilão porque tem o desconto [no segundo]. No caso da 7ª Vara, o desconto dado pelo dr. Bretas é de 20%", explica. A próxima fase do leilão ocorrerá no dia 18 de julho.
Durante a realização da primeira fase não houve ofertas feitas presencialmente. A atenção online, porém, foi grande: cerca de 30 pessoas habilitadas a fazer propostas acompanharam a disputa em tempo real. Acima da média, segundo Rocha, que é de 15 a 20 participantes.
Em outros leilões da Lava Jato no Rio, bens milionários de réus foram vendidos. É o caso da mansão de Sérgio Cabral em Mangaratiba, na costa verde fluminense, arrematada por R$ 6,4 milhões em setembro de 2018, e de um apartamento de alto padrão na praia da Barra da Tijuca, que pertencia ao operador Ary Filho, vendido por R$ 9 milhões.
Cabral com pena de 198 anos e Eike preso em casa
Preso em novembro de 2016 na Operação Calicute, Cabral já foi condenado em oito ações, que somam penas de mais de 198 anos de prisão.
Preso em janeiro de 2017 na Operação Eficiência, também desdobramento da Lava Jato no Rio, Eike foi condenado por pagar propina a Cabral em troca de vantagens em investimentos no estado. O processo resultou na condenação de ambos em primeira instância, e o empresário recebeu do juiz Bretas pena 30 anos de prisão.
A sentença ainda será avaliada pelo TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região). O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes concedeu a Eike prisão domiciliar em 2017.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.