Ex-subordinado a Eduardo que virou ministro defende indicação a embaixador
O ministro da Secretaria de Governo, Jorge Oliveira, disse que o filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), tem competência e credencial junto ao pai para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Oliveira responde também pela SAJ (Subchefia de Assuntos Jurídicos) da Presidência, responsável pela análise da legalidade dos atos presidenciais.
O ministro, que assumiu o cargo no último mês, foi chefe de gabinete de Eduardo, na Câmara, e disse que o deputado é "extremamente inteligente, extremamente perspicaz".
"Eu tenho certeza [de que é competente]. Eu tenho certeza que sim. Eu tenho certeza. Eu convivi com ele durante quatro anos. [...] E de assessoramento técnico todos nós nos valemos, ninguém é obrigado a ter conhecimento pleno de tudo, né?", afirmou em entrevista a jornalistas.
O ministro disse que ainda não houve convite formal do pai para o filho. Na última semana, Bolsonaro lançou a possibilidade de indicar o filho ao cargo, um dia após Eduardo completar a idade mínima para o posto, de 35 anos.
Eduardo disse na última sexta (12) que tem credenciais para o cargo. Ele é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e disse que já fez intercâmbio, fala inglês e espanhol, e fritou hambúrguer nos Estados Unidos.
"Vejo que a representação diplomática é, de fato, uma responsabilidade grande, mas ela se faz por uma credencial. Obviamente que ele tem uma credencial junto ao pai, que é o presidente da República, que é muito significativa", disse o ministro Oliveira.
Durante evento na Câmara, Jair Bolsonaro voltou a defender o filho em evento público. Ele disse que se Eduardo é criticado pela imprensa, é sinal de que é a "pessoa adequada".
Indicação é nepotismo? Ministro discorda
Na entrevista de hoje, Jorge Oliveira afirmou que não há nepotismo (favorecimento de parentes em nomeações a cargos públicos) na possível indicação do deputado pelo pai
"Eu respeito a visão de quem entende que haja nepotismo, mas eu discordo. Humildemente, eu discordo. Entendo que não é, porque é um cargo eminentemente político. De fato, como é uma representação permanente, caso isso venha a se concretizar, ele terá que abrir mão do mandato", afirmou.
"Então isso, de fato, é uma visão que algumas pessoas têm. Eu não entendo. Eu acho que o nepotismo veda ou busca vedar, impedir, que pessoas sejam beneficiadas sem ter as condições para ocupar determinados cargos. Mas também um vínculo de paternidade, um vínculo familiar, não pode ser impeditivo para que as pessoas possam desempenhar suas funções", considerou.
O ministro disse ainda que há brecha na Constituição para que Eduardo mantenha o cargo de deputado. Para isso a nomeação ao cargo de embaixador deveria ser temporária e não definitiva.
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