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Fux determina que Moro e PF preservem provas em inquérito dos hackers

10.dez.2018 - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux durante cerimônia de diplomação do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
10.dez.2018 - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux durante cerimônia de diplomação do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

01/08/2019 17h50Atualizada em 01/08/2019 22h55

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux determinou hoje que o Ministério da Justiça, comandado por Sergio Moro, e a Polícia Federal preservem as provas encontradas com os suspeitos de terem invadido contas de autoridades do aplicativo de mensagens Telegram.

Fux também determinou que uma cópia do inquérito seja remetida ao STF.

A decisão foi tomada em ação do PDT, na qual o partido pedia que fosse impedida destruição das conversas obtidas pelos quatro suspeitos de invadir celulares de autoridades brasileiras presos durante a Operação Spoofing, deflagrada na semana passada pela Polícia Federal.

No mesmo dia das prisões, o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro João Otávio de Noronha, afirmou ter recebido ligação de Moro, informando que ele foi alvo de hackers e que "o material obtido [pela PF] seria descartado para não devassar a intimidade de ninguém".

Na sequência, a PF publicou uma nota oficial sobre o tema na qual afirma que cabe só à Justiça decidir sobre o destino do material.

Citado nas mensagens

Fux é uma das autoridades mencionadas nas conversas divulgadas pelo site The Intercept Brasil - que publica, desde junho, mensagens atribuídas a membros da Lava Jato.

Ao procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, Moro, que na época era juiz, escreveu "In Fux We Trust" (em Fux, nós confiamos).

Os diálogos eram estes:

13:04:13 Deltan Dallagnol - Caros, conversei com o FUX mais uma vez, hoje.

13:04:13 Deltan Dallagnol - Reservado, é claro: O Min Fux disse que quase espontaneamente que Teori fez queda de braço com Moro e viu que se queimou, e que o tom da resposta do Moro depois foi ótimo. Disse para contarmos com ele para o que precisarmos, mais uma vez. Só faltou, como bom carioca, chamar-me para ir à casa dele rs. Mas os sinais foram ótimos. Falei da importância de nos protegermos como instituições.

13:04:13 Deltan Dallagnol Em especial no novo governo.

13:06:55 Moro - Excelente. In Fux we trust. [em português, significa: Em Fux, nós confiamos]

A conversa teria ocorrido em 22 de abril de 2016, um mês depois de Teori Zavascki, ministro do STF morto em 2017 em acidente de avião, repreender Moro por divulgar conversa telefônica entre a então presidente Dilma Rousseff (PT) e Lula.

Após a publicação das mensagens, Fux disse que a conversa com Deltan nunca existiu.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Foi Moro e não Deltan que escreveu, segundo mensagens divulgadas pelo Intercept, "In Fux we Trust"