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Operação Lava Jato

PF prende em SP 4 suspeitos de hackear celular de Moro e Deltan

Felipe Amorim, Guilherme Mazieiro e Marcela Leite

Do UOL, em Brasília e em São Paulo*

23/07/2019 17h23

Resumo da notícia

  • PF prendeu 4 pessoas na capital e no interior de SP suspeitas de ligação com invasão de celulares de autoridades
  • Em 4 de junho, Moro disse que teve o celular invadido; 5 dias depois, conversas atribuídas a ele passaram a ser divulgadas pelo Intercept Brasil
  • A deputada Joice Hasselman (PSL) e o ministro Paulo Guedes também reportaram nos últimos dias invasão nos telefones
  • O Intercept, site que publica as mensagens, não informa como obteve os arquivos

A Polícia Federal (PF) prendeu hoje no interior de São Paulo quatro suspeitos de invadir os celulares do ministro da Justiça, Sergio Moro, e do procurador Deltan Dallagnol. Eles foram transferidos para a Brasília, segundo a Justiça Federal do Distrito Federal (JFDF), para prestar depoimentos.

Segundo a PF, foram cumpridos também seis de sete de mandados de busca e apreensão.

A ação foi realizada nas cidades de São Paulo, Araraquara (SP) e Ribeirão Preto (SP) e batizada de Operação Spoofing - falsificação tecnológica para enganar uma rede ou pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é.

A Polícia Federal não deu detalhes sobre os alvos da operação.

Segundo a Folha, a PF chegou aos suspeitos por meio da perícia criminal federal, que conseguiu rastrear os sinais da invasão dos telefones.

Moro relatou invasão de celular no mês passado

Em 4 de junho, Moro afirmou que um hacker invadiu seu celular e ficou por cerca de seis horas utilizando aplicativos de mensagens.

Moro afirma que percebeu algo estranho quando, no mesmo, dia recebeu uma ligação do seu próprio número e atendeu, mas não havia ninguém do outro lado da linha. Ao acionar investigadores da Polícia Federal, foi informado sobre a suspeita de clonagem.

Desde então, o número que usava desde o início da Operação Lava Jato foi desativado.

Guedes e Joice também falam em invasão

A PF também afirmou hoje que investigará suposta invasão de hackers nos celulares do ministro da Economia, Paulo Guedes, e da deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP).

A parlamentar disse que teve seu telefone celular clonado na madrugada de domingo (21). Já o celular do ministro teria sido hackeado na noite de ontem.

A apuração sobre o caso envolvendo a deputada Joice está mais avançada. A denúncia feita pela deputada foi encaminhada à corregedoria da PF, que decidiu abrir um inquérito para apurar a invasão.

Sobre a possível invasão do celular de Guedes, a assessoria do Ministério da Economia disse que, na noite de segunda-feira, o celular do ministro havia sido hackeado. Em mensagem distribuída a jornalistas, a assessoria pediu que mensagens vindas do número de Guedes e de outras pessoas do gabinete fossem desconsideradas.

Suspeitas de invasões de aparelhos celulares têm assustado membros do governo e do Congresso Nacional nos últimos meses.

Mensagens divulgadas pela imprensa

Desde 9 de junho, o site the Intercept Brasil publica mensagens que diz terem sido trocadas entre Moro e Dallagnol por meio do Telegram - um aplicativo similar ao Whatsapp.

O site não informa como obteve as mensagens, que foram compartilhadas também com outros veículos de imprensa - incluindo a Folha de S.Paulo e o blogueiro Reinaldo Azevedo, do UOL.

Confirmada a autenticidade das mensagens, elas mostram, por exemplo, que o então juiz da Lava Jato não se limitou a julgar os processos, mas interferiu nas investigações - o que é vedado por lei.

Moro e a Lava Jato duvidam da veracidade das mensagens, mas reconhecem que parte do conteúdo é verdadeira. Afirmam que o objetivo dos vazamentos é liberar o ex-presidente Lula (PT), preso em condenação decorrente da Lava Jato.

Inclui informações de Estadão Conteúdo

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