"Desprezo" e mais: 5 reações de políticos à declaração de Carlos Bolsonaro
A classe política se manifestou em resposta ao vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que publicou ontem em sua conta no Twitter que o Brasil não terá transformação rápida por "vias democráticas".
"O governo Bolsonaro vem desfazendo absurdos que nos meteram no limbo e tenta nos recolocar nos eixos. O enredo contado por grupelhos e os motivos cada vez mais claro$ (sic) lamentavelmente são rapidamente absorvidos por inocentes. Os avanços ignorados e os malfeitores esquecidos", escreveu.
"Por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos... e se isso acontecer. Só vejo todo dia a roda girando em torno do próprio eixo e os que sempre nos dominaram continuam nos dominando de jeitos diferentes", acrescentou o vereador.
Veja abaixo cinco políticos que criticaram a declaração de Carlos Bolsonaro.
Rodrigo Maia (DEM-RJ)
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), afirmou hoje que a fala do vereador gera instabilidade e "não cabe num país democrático". Ele completou usando como exemplo a Venezuela, que, segundo Maia, falhou no sistema democrático.
"Mas a gente viu o que aconteceu com a Venezuela, são mais de mil venezuelanos todos os dias passando a fronteira para o Brasil, pessoas passando fome, necessidade. É isso que deu a pressa da Venezuela sem um sistema democrático."
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Para o presidente do Senado e do Congresso Nacional. Davi Alcolumbre (DEM), um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no Congresso, declarações como a de Carlos merecem "desprezo", já que a democracia está "fortalecida".
As instituições todas estão pujantes, trabalhamos a favor do Brasil. Então, uma manifestação ou outra em relação a este enfraquecimento tem, da minha parte, o meu desprezo
Davi Alcolumbre, presidente do Senado
"Confio na democracia, acredito nas instituições e, por isso, cumpro meu papel tentando dar estabilidade a um país de 200 milhões de brasileiros que aguardam nossas respostas para emprego, para mais saúde e mais educação", disse o senador.
João Doria (PSDB)
"Sem entrar na polêmica, eu penso o oposto", afirmou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que tem trocado farpas públicas com o pai de Carlos, o presidente Jair Bolsonaro.
"Só com a democracia é que nós podemos ter um país soberano, livre e capaz de produzir políticas sociais e políticas econômicas. É só com a democracia, não há nenhum outro caminho possível para o país. E eu estarei ao lado dos democratas."
Ciro Gomes (PDT)
O candidato à presidência da República em 2018 Ciro Gomes disse, durante debates no Fórum de Economia da FGV, que Carlos Bolsonaro é um "percevejo" e cobrou uma declaração pública do presidente Bolsonaro sobre o posicionamento do filho.
"Esse rapaz é um percevejo desses que infestam a vida política brasileira e não mereceria qualquer tipo de reflexão", afirmou o ex-governador do Ceará. "O problema é que ele é um filhote do Bolsonaro, e ele só pode merecer alguma reflexão na proporção em que isso representar um pensar do Bolsonaro."
É preciso que todos nós cobremos do Bolsonaro uma declaração explícita, clara, se esse menino está falando mais uma bobagem, mal-amado que é, percevejo da vida brasileira
Ciro Gomes, ex-governador
Ciro, que concorreu contra o atual presidente nas eleições de 2018, disse ainda que, caso a posição do filho reflita a do pai, ele e outros brasileiros irão lutar pela democracia brasileira.
"Mas se ele imagina que vai transgredir o estado democrático de direito, ele que tente, para ver quantos brasileiros vamos encará-lo, na linguagem que ele preferir", finalizou.
Antônio Hamilton Mourão (PRTB)
O general Mourão, vice-presidente do governo de Jair Bolsonaro, disse que democracia é muito importante para a sociedade e pediu paciência para que medidas do governo sejam aprovadas.
"[É] Fundamental. São pilares da civilização ocidental. Vou repetir para você: pacto de gerações, democracia, capitalismo e sociedade civil forte. Sem isso a civilização ocidental não existe", disse.
Questionado se as mudanças almejadas pelo governo são viáveis por meio da democracia, o general da reserva afirmou que "lógico, senão a gente não tinha sido eleito, não é?".
Quanto à declaração de Carlos Bolsonaro, em específico, falou que é "problema dele" e o filho do presidente é quem tem de responder por ela. "Ah, Carlos Bolsonaro vocês perguntem para ele. Isso é problema dele, perguntem para ele", disse.
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