Eduardo Bolsonaro vê 'preciosismo' em indiciamento de ministro do Turismo
A notícia de que a Polícia Federal indiciou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), por suspeita de envolvimento no esquema de laranjas do PSL, provocou incômodo no deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Investigação policial iniciada com base em reportagens da Folha de S. Paulo concluiu que o ministro comandou um esquema de desvio de recursos públicos por meio de candidaturas de fachada nas eleições de 2018.
Em março, questionado por jornalistas sobre o assunto, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), pediu pressa na investigação da Polícia Federal e disse que tomaria uma decisão sobre a permanência de Marcelo à frente da pasta se as investigações apontassem envolvimento do ministro no caso. Hoje, no entanto, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, afirmou que o titular do ministério será mantido.
Em entrevista ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan, Eduardo Bolsonaro disse que, "se tiver errado", Marcelo Álvaro Antônio tem que "responder por seus atos individuais". No entanto, o deputado estranhou o que chamou de "preciosismo" na análise do caso.
"Se estiver errado, não tem problema nenhum. Ele tem que pagar e responder por seus atos individuais. No entanto, o que eu vejo? Eu vi uma matéria, o pessoal estava chegando ao detalhe de colocar na televisão um depoimento daquele cara que entrega o papelzinho na eleição, na campanha: 'ó, eu entreguei o papelzinho, ele me pagou R$ 50 e não declarou'. Eu fico pensando assim: se você chegar a ter esse tipo de preciosismo ao analisar uma conta eleitoral, como é que você só pega o ministro do PSL? Eu aposto aqui o meu salário que certamente vai pegar um monte de gente", afirmou.
"É uma burocracia tão grande, (que) até o carro que eu utilizei na minha campanha, eu tenho que fazer um comodato, uma doação para mim mesmo, para prestar esclarecimentos. Enfim, o que eu quero dizer: parece que existe uma deliberada atenção especial ao ministro Marcelo Álvaro Antônio. Mais uma vez; se tiver problema e for comprovado e etc., acabou. Não vai ficar passando a mão na cabeça de ninguém", acrescentou.
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