Crivella ironiza juíza que fechou Niemeyer: 'Beleza de parar o trânsito'
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, ironizou a juíza Mirela Erbisti, da 3ª Vara de Fazenda Pública da Capital, responsável por ordenar a interdição da avenida Niemeyer após a morte de duas pessoas em decorrência de um deslizamento. Em discurso durante evento na última quinta-feira, Crivella disse que a magistrada é "muito bonita" e "teimosa". O áudio foi divulgado pelo jornal "O Dia".
"A juíza tem seus 40 anos e é muito bonita. Tem uma beleza de parar o trânsito, mas não precisa praticar, né, pessoal? Não precisa praticar. Passam todo dia 35 mil carros na Niemeyer, entrando dentro do túnel com um calor, uma fumaceira em hora de engarrafamento, porque a excelentíssima senhora juíza... Ah! Detalhe: já se passaram 100 dias. Eu pergunto: caiu alguma coisa?", questionou.
"Interessante, porque é difícil encontrar mulher teimosa, né? Isso é raro, não é gente? Hein, gente? Normalmente, elas concordam, né? Normalmente (risos)", continuou o prefeito.
Crivella disse que a prefeitura pediu que a via volte a funcionar em dias sem chuva, mas a magistrada se manifestou contra o pedido. "Vocês precisam conhecer ela. Ela se chama Mirela. Ela tem um site na internet. O site chama 'togadas e tatuadas' (risos). Ela ensina mulheres a se vestir, como conseguir um namorado. É uma coisa interessante."
O prefeito destacou que é engenheiro, já fez "cem obras" e apresentou seus argumentos para defender que a via seja reaberta:
"Quando fomos ver a Niemeyer, realmente escorregou muita coisa ali, mas escorregou porque choveu 110 milímetros em uma hora. Nunca tinha caído isso. Bateu vento de 130 quilômetros por hora. Nós, que somos engenheiros, como a gente pensa? Olha, caiu muita coisa, infelizmente até morreu gente. Agora, o que não caiu é porque está firme. Porque bateu vento de 130 quilômetros e chuva de 11 centímetros em uma hora. Se não caiu, é porque a coisa está firme."
Crivella criticou a negativa do pedido da prefeitura para que a avenida fosse reaberta em dias sem chuva e disse que os peritos indicados "fizeram um laudo para agradar à juíza".
"A juíza disse: 'não'. Então ela falou: 'vou chamar os peritos'. Chamou os peritos. Os peritos eram meninos de 30 anos, nunca fizeram uma obra. Mas a juíza falou que não, então eles fizeram um laudo para agradar à juíza. Nós tivemos que contratar um outro laudo. Contratamos a melhor empresa do Brasil, e a empresa veio e disse: 'concordo plenamente com a prefeitura e discordo plenamente dos peritos'. Fomos então para um novo julgamento com três juízes (desembargadores)", seguiu o prefeito, reclamando da demora para que a sentença final seja dada.
"O primeiro (desembargador) falou: "A prefeitura está certa: abre". O segundo falou: "Abre". O terceiro já não importava mais, porque ou a gente ganhava por 3 (votos) a zero ou ganhava por 2 a 1, está certo? Mas o terceiro falou: 'Não vou votar nem sim nem não. Vou pedir vistas do processo para analisar melhor.' Aí é uma coisa impressionante. Já ganhamos o jogo, mas não podemos abrir", reclamou.
O UOL procurou a prefeitura do Rio, mas ainda não teve retorno. O espaço está aberto para eventuais manifestações.
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