Evento protagonizado por Eduardo Bolsonaro custou R$ 800 mil ao PSL
No mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) cobrou mais transparência nos gastos de seu partido, seu filho Eduardo Bolsonaro protagonizou um evento que custou R$ 800 mil à sigla. A estimativa foi passada pelo vice-presidente do PSL, Antonio Rueda, durante a realização da Conferência de Ação Política Conservadora, o CPAC Brasil, que aconteceu hoje em São Paulo.
Versão brasileira do maior evento conservador do mundo e trazida por Eduardo do país, a conferência foi bancada pela fundação Indigo (Instituto de Inovação e Governança). O órgão é mantido pelo PSL, com o intuito de promover atividades educacionais, políticas e de formação de militância. Em 2018, a Indigo consumiu R$ 1,8 milhão em recursos do Fundo Partidário.
O evento, que dura até amanhã, é apresentado como "um novo facho de luz atinge terras brasileiras", "após décadas de escuridão". Eduardo Bolsonaro participou da mesa de abertura do evento ao lado de Matt Schlapp, presidente da União Conservadora Americana, entidade que organiza a Cpac nos EUA desde 1973.
A presença do presidente da sigla, Luciano Bivar, chegou a ser divulgada pela organização do evento, mas ele não compareceu. Hoje, Bolsonaro enviou a Bivar um requerimento de informações sobre gastos do partido, criticando a transparência do PSL. No documento, o presidente diz que a prestação de contas do PSL "encontra-se em situação grave" e que a dotação orçamentária prevista para este ano é de R$ 110 milhões.
Segundo o documento, o valor é mais de 20 vezes o montante arrecadado por Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018 (R$ 4,39 milhões). "No mesmo exercício o PSL arrecadou R$ 9 milhões do fundo eleitoral e R$ 9 milhões do fundo partidário. O notório sucesso do PSL na campanha eleitoral de 2018, oportunidade em que elegeu 54 deputados federais é o fator que resultou no súbito incremento de mais de 10 vezes nos recursos públicos que perceberá neste ano", diz.
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