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"Roupa suja se lava em casa", diz Eduardo Bolsonaro sobre crise no PSL

Eduardo Bolsonaro - Maandel Ngan - 30.ago.19/AFP
Eduardo Bolsonaro Imagem: Maandel Ngan - 30.ago.19/AFP

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

11/10/2019 19h49

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse hoje em São Paulo que os atuais conflitos dentro de seu partido devem ser tratados internamente. Ele evitou comentar as críticas feitas a ele pelo líder do partido no Senado, Major Olimpio (PSL-SP), e afirmou que "roupa suja se lava em casa".

Ao mesmo tempo em que se cogita a saída do presidente Jair Bolsonaro, do PSL, Eduardo e Olimpio travam uma disputa particular sobre o controle do partido em São Paulo.

Mais cedo hoje, o senador afirmou que os filhos de Bolsonaro são "90% dos problemas" do presidente e têm "mania de príncipes", além de acusar especificamente Eduardo de "conspirar" para jogar o pai contra o partido.

"Eu não faço parte da família real. Eu não sou príncipe", disse o deputado federal. "No momento em que eu estiver atrapalhando, acho que é o próprio presidente que vai puxar minha orelha."

Eduardo falou à imprensa na abertura da conferência CPAC Brasil, versão nacional de um dos maiores eventos conservadores dos EUA. É a primeira edição no Brasil.

Durante a entrevista coletiva, um jornalista da Agência Estado foi hostilizado e vaiado quando tentava fazer mais uma pergunta sobre as declarações de Major Olimpio. A organização do evento interrompeu o jornalista e tirou seu microfone, dizendo que só perguntas sobre o evento deveriam ser feitas.

O evento é organizado pela ACU (American Conservative Union, ou União Conservadora Americana) e pelo instituto Indigo, a fundação de formação política do PSL, que é bancada por recursos do fundo partidário.

O presidente vive um momento delicado no PSL, com embates internos que têm como pano de fundo a suspeita de candidaturas laranjas no partido nas últimas eleições. Nos bastidores, sua saída da legenda vem sendo cogitada.

No último domingo, a Folha revelou que um depoimento e uma planilha obtidos pela Polícia Federal sugerem que recursos do esquema abasteceram, por meio de caixa dois, também a campanha de Bolsonaro.

Nesta semana, Bolsonaro disse a um apoiador para "esquecer" o PSL e que o presidente da sigla, deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), estava "queimado".