Major Olimpio critica filhos de Bolsonaro: "Mania de príncipes"
O líder do PSL no Senado, Major Olimpio (PSL-SP), criticou hoje em São Paulo os filhos do presidente Jair Bolsonaro (PSL), dizendo que eles têm "mania de príncipes" e causam problemas para o pai. Eles participam da Solenidade de Formatura do Curso Superior de Tecnólogo de Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública I/19 (Curso de Formação de Sargentos), no Anhembi.
Olimpio também defendeu abertamente a saída do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) da legenda. Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, teve movimentações atípicas milionárias em sua conta quando trabalhava no gabinete do filho do presidente na Assembleia Legislativa do Rio.
"Gostaria que o Flávio saísse? Gostaria. Nunca escondi isso de ninguém. E outra coisa: nós apoiamos o presidente Bolsonaro. Não reconheço no país ainda monarquia, dinastia, filho príncipe, nada disso. Aliás, o que está desgastando muito o presidente são filhos com mania de príncipes", afirmou Olimpio. "90% das preocupações dele acabam decorrendo disso."
O senador também abriu fogo contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que em sua visão promoveu uma "conspiração" por meio de aliados para colocar o presidente e o PSL em conflito.
Olimpio citou nominalmente o ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Admar Gonzaga, que tem atuado como consultor de Bolsonaro, e a advogada do presidente, Karina Kufa, como integrantes da "conspiração".
"O ex-ministro Admar, a advogada Karina Kufa, trabalhando na socapa, na sorrelfa, pelos bastidores, infelizmente com o Eduardo Bolsonaro, que promoveu tudo isso aí. Só quem perde com isso é o presidente Bolsonaro e o país. O PSL vai sair fortalecido."
Segundo Olimpio, há diretórios estaduais do PSL, como o de São Paulo, que estão sem receber recursos do fundo partidário por punições passadas da Justiça Eleitoral.
"Alguns babacas que nem conhecem o que se passa no partido em São Paulo, e compõem a executiva do partido em São Paulo, dizem que a executiva nacional não dá dinheiro. Mas não pode!", disse. "Tem gente ali que precisa conhecer melhor a lei eleitoral, o estatuto do partido, antes de falar besteira e tentar insuflar a cabeça do presidente, dizendo que o partido está sendo preconceituoso em relação a um estado ou outro."
Bolsonaro "puro de princípios"
Olimpio disse inclusive que teme a saída de Bolsonaro do partido, movimento que vem sendo noticiado nos últimos dias depois que o presidente disse que o presidente do PSL deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), estava "queimado".
Apesar das críticas aos filhos, o senador defendeu Bolsonaro, a quem classificou como "puro de princípios."
"Tem momentos que pedir desculpas é nobre, e eu tenho certeza que isso vai acontecer."
O senador se disse favorável a uma auditoria no PSL e garantiu que Bolsonaro pode ter as informações que quiser sobre a legenda.
"Qualquer informação que ele quiser do PSL, nada que ele queira em relação ao partido, ele deixou ou vai deixar de ter."
Ontem, a advogada Karina Kufa disse em Brasília que o PSL deixou de ser um partido transparente.
Olimpio também deu declarações favoráveis a Bivar, que segundo ele sempre foi fiel a Bolsonaro.
"Bivar foi o único que deu a garantia que o Jair Bolsonaro teria um partido para sair candidato",disse. "Sem PSL e sem Bivar, não existiria o Bolsonaro presidente."
Segundo Olimpio, o PSL está "buscando conciliação". Ele lembrou que o partido é o único "100% fiel ao presidente da República", e que questões caras ao governo precisam desse apoio, como a reforma da Previdência e aprovação do novo pacto federativo.
"Essa base não pode ser fissurada por questões internas."
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