Bruno Covas tem câncer com metástase no fígado, mas se mantém no cargo
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), 39, foi diagnosticado com câncer na transição do esôfago, com uma metástase única no fígado, informou hoje o médico Roberto Kalil Filho no hospital Sírio-Libanês. A equipe médica disse ainda que o tucano "está ótimo", fará quimioterapia e pediu para dizer que continua à frente da prefeitura.
"O prefeito está ótimo, não tem sintoma, está animado, disposto e confiante", disse Kalil Filho, que é cardiologista. "Não tem qualquer sintoma, ele não emagreceu. Foi um achado de sorte. Felizmente rapidamente fizemos o diagnóstico."
De acordo com o oncologista Artur Katz, "o tratamento é o quimioterápico porque se pode englobar a doença toda ao mesmo tempo". "Embora a gente tenha conseguido o diagnosticado rápido, há outros exames que continuam sendo executados."
"Por ser forte", disseram os médicos, ele passará uma quimioterapia "intensa", com três remédios. A quimioterapia, que deve começar entre hoje amanhã, não tem prazo para acabar. "Sua eficácia será avaliada de seis a oito semanas com exames de imagem", afirmou Katz.
O infectologista David Uip, que coordena a equipe médica, foi quem informou que Covas avisou que continuará no cargo.
"Ele me autorizou dizer que ele tem a responsabilidade de ficar no cargo o quanto possível e terá a responsabilidade de deixar o cargo se precisar. A nossa opinião é que ele ficará no cargo despachando normalmente."
Os médicos explicaram que o diagnóstico precoce pode evitar uma cirurgia futura, ainda não descartada. "Não dá para prever operação. Este grupo não aventou a hipótese de cirurgia", disse Uip.
Os médicos frisaram que a razão para a internação é a trombose. "Ele completará o clico antimicrobiano de dez dias na sexta-feira à noite", afirmou Uip.
Histórico familiar
"Eu nunca vi um diagnóstico tão precoce", afirmou Uip. Esse tipo de tumor, afirma, acomete principalmente pessoas com idade entre 50 e 55 anos. "O fato dele ter 39 anos, ser jovem e motivado ajudará no tratamento."
De acordo com os médios, o câncer em Bruno foi como uma "loteria".
"As pessoas que fumam podem ter maior fator de risco de câncer no pulmão ou bexiga, mas uma grande parte dos tumores ainda é uma loteria. Uma vida saudável protege e, de fato, o Bruno é um exemplo de comportamento. Não tem nada que ele fez que causou ou que ele poderia ter prevenido", afirmou Tulio Eduardo Flesch Pfiffer.
Os especialistas descartaram qualquer relação entre o câncer de Bruno e o que matou o avô, o ex-governador de São Paulo Mario Covas.
"Não teve nenhuma relação com o que falamos hoje", afirmou Uip. "O importante é que o governo continua, presenciei ele dando ordens, como inaugurações. A vida continua e o governo continua."
Vou vencer, diz Covas
Na manhã de hoje, o prefeito escreveu uma mensagem no Instagram dizendo não ter dúvidas de que vencerá o desafio de enfrentar um tumor no trato digestivo.
"Não tenho dúvidas que vou vencer esse desafio. Quero agradecer as centenas de mensagens que tenho recebido de inúmeras pessoas. Ajuda muito a atravessar a tempestade", escreveu o prefeito utilizando a hashtag "enfrentando".
Prefeito se sentiu mal faz 9 dias
No dia 19, um sábado, Covas sentiu-se mal. Ele passou pelo pronto-socorro do hospital Albert Einstein, onde iniciou um tratamento com antibióticos.
A saúde do prefeito melhorou nos dias seguintes, mas piorou na quarta-feira (23), quando Uip recomendou sua internação no hospital Sírio-Libanês.
No sábado (26), exames realizados no hospital localizaram um tumor na região intestinal do prefeito. No dia seguinte, ele foi submetido a uma laparoscopia diagnóstica, uma cirurgia por vídeo que coletou material para biópsia.
O diagnóstico surpreendeu a equipe médica porque o prefeito é saudável, faz academia regularmente e não tem histórico familiar de câncer nessa região. O avô dele, o ex-governador de São Paulo Mario Covas, morreu em 2001 em decorrência de um câncer na bexiga.
Afastamento
Se Covas precisar se afastar do cargo, a decisão precisará ser ratificada pela Câmara Municipal. Neste caso, quem assume é o presidente da Casa, o vereador Eduardo Tuma (PSDB), uma vez que Covas foi eleito vice-prefeito na chapa do atual governador João Doria (PSDB).
De acordo com a lei, o presidente da Câmara fica no cargo por 30 dias. Após esse período, o Legislativo paulistano convoca uma eleição indireta para prefeito e vice. Quem for eleito cumprirá apenas o restante do mandato, previsto para acabar em 31 de dezembro de 2020.
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