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Vigília Lula Livre tem operação desmonte, enquanto vizinhos falam em alívio

Desmonte da área ocupada pela Vigília Lula Livre, em Curitiba (PR) - Vinícius Konchinski/UOL
Desmonte da área ocupada pela Vigília Lula Livre, em Curitiba (PR) Imagem: Vinícius Konchinski/UOL

Vinicius Konchinski

Colaboração para o UOL, em Curitiba

09/11/2019 12h08

Resumo da notícia

  • Sábado foi dedicado a um mutirão de limpeza e desmonte do espaço
  • Alguns foram escalados para varrer ruas no entorno da vigília e catar o lixo
  • Ainda será discutido quando o terreno que ela ocupa será desocupado
  • Os objetos que devem servir como itens históricos serão guardados
  • Vizinhos do espaço comemoram a retirada do acampamento
  • Para eles, saída é um alívio e deve trazer de volta a tranquilidade

Depois de 580 dias consecutivos, não houve gritos de "bom dia" para Luiz Inácio Lula da Silva na Vigília Lula Livre nesta manhã. Após o ex-presidente ser solto na sexta-feira, o sábado foi dedicado a um mutirão de limpeza e desmonte do espaço que serviu de apoio ao petista enquanto ele esteve preso na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba (PR).

Os militantes que ainda permaneceram em Curitiba após a soltura do ex-presidente reuniram-se desde o início da manhã para empilhar cadeiras, desmontar o palco em que Lula discursou e recolher estruturas. Alguns foram escalados para varrer ruas no entorno da vigília e da sede da PF no Paraná e catar o lixo deixado pelas centenas de pessoas que acompanharam ontem a saída de Lula da prisão.

Apesar de a Vigília Lula Livre já estar oficialmente encerrada, ainda será discutido com seus organizadores quando o terreno que ela ocupa, exatamente em frente à PF, será desocupado. A ordem agora é preparar a desmobilização e guardar, principalmente, os objetos que devem servir como itens históricos do tempo que Lula esteve na prisão.

Militante recolhe lixo no local onde estava instalada a Vigília Lula Livre - Vinícius Konchinski/UOL - Vinícius Konchinski/UOL
Militante recolhe lixo no local onde estava instalada a Vigília Lula Livre
Imagem: Vinícius Konchinski/UOL

"Tem muita coisa importante por aqui: as cartas que Lula mandou à vigília, as faixas que fizeram para ele, isso tudo será guardado", afirmou Roberto Baggio, líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) e um dos organizadores da vigília.

Segundo ele, um dos itens mais importantes é o livro de presença dos que estiveram na vigília. Esse livro foi assinado ontem pelo ex-presidente Lula, que fez questão de caminhar da prisão direto para a vigília para agradecer o apoio dado a ele.

Isso é item de museu. Vamos definir o que será feito com o material."
Roberto Baggio, líder do MST, sobre o material recolhido da vigília

Vizinhos falam em alívio após soltura

Enquanto os militantes providenciam o fim da vigília, os vizinhos do espaço comemoram. Para eles, a partida de Lula é um alívio e deve trazer de volta a tranquilidade aos arredores da PF.

Acabou o barulho, os bloqueios, podemos voltar a rotina"
Juarez Bueno de Oliveira, funileiro, vizinho da sede da PF em Curitiba há dez anos

"Agora, os transtornos acabaram", complementou o aposentado Nilto Bauer, que mora há 15 anos nos arredores da sede da PF em Curitiba.

Nilto disse que, enquanto Lula esteve preso, foram várias as vezes que não pôde sair de casa tranquilo por conta de bloqueios de ruas motivos por atos da militância. "Ontem, fui pegar minha neta na escola e quase não consegui voltar para casa."

Nilton Bauer, vizinho da vigília: "Os transtornos acabaram" - Vinícius Konchinski/UOL - Vinícius Konchinski/UOL
Nilton Bauer, vizinho da vigília: "Os transtornos acabaram"
Imagem: Vinícius Konchinski/UOL

O aposentado disse não estar satisfeito com o fato de Lula estar solto. Para ele, o ex-presidente tinha que cumprir suas penas na prisão, mas fora de Curitiba. "Vou torcer para que ele volte à prisão, mas não para cá", disse.