No Senado, novo partido de Bolsonaro deve ter só um membro: o filho Flávio
Se sair do papel, o partido que Jair Bolsonaro (PSL) pretende fundar, Aliança pelo Brasil, deve começar suas atividades no Senado com apenas um representante: Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente e eventual líder da nova agremiação.
O cenário é diferente do encontrado na Câmara, onde há um grupo de cerca de 20 pesselistas leais e dispostos a mudar de legenda para acompanhar Bolsonaro.
Segundo seus advogados, Bolsonaro assinou hoje o pedido formal de desfiliação do PSL. O documento será entregue à direção nacional, e uma segunda via encaminhada à Justiça eleitoral. O mandatário desembarca do partido pelo qual se elegeu depois de uma sucessão de brigas internas e desentendimentos com o comandante da sigla, o deputado federal Luciano Bivar (PE).
PSL encolhe no Senado
No Senado, o PSL elegeu quatro nomes no ano passado. O número de representantes caiu para três após a saída de Selma Arruda (MT), hoje no Podemos. Restaram, além de Flávio Bolsonaro, Major Olimpio (SP) e Soraya Thronicke (MS).
Olimpio é o líder do PSL na Casa e alinhado à ala bivarista, que passará a ser hegemônica do partido após a saída formal do presidente da República. Já Soraya anunciou pelas redes sociais que, neste momento, não migrará para a APB (Aliança pelo Brasil).
A justificativa de Soraya é que, sem partido, ela perderia todas as posições em comissões, além de relatorias. Por esse motivo, acabaria impedida de participar de votações importantes. Apesar da permanência no PSL, ela continuará apoiando o governo Bolsonaro.
O Executivo carece de uma base consolidada no Parlamento, mas conta com políticos veteranos como os emedebistas Fernando Bezerra Coelho (PE) e Eduardo Gomes (TO) em funções de liderança, do Senado e do Congresso, respectivamente.
Desde o início do ano legislativo, muitos quadros alinhados à direita e ao centro têm acompanhado o governo sobretudo na agenda econômica. Em vários momentos, no entanto, demonstraram resistência a pautas de costumes ou que envolviam assuntos polêmicos, como a flexibilização da posse e do porte de arma de fogo.
Lançamento na quinta
O lançamento do APB está marcado para esta quinta-feira (21) em Brasília. A expectativa é que pelo menos 30 políticos do PSL em geral —não apenas os congressistas— acompanhem Bolsonaro na mudança.
O PSL conta hoje com 53 dos 513 deputados federais, segunda maior bancada atrás apenas do PT, e três dos 81 senadores. A reunião para oficializar a decisão de sair do PSL aos aliados e discutir os meios da criação da nova sigla foi em 12 de novembro.
Após a desfiliação ser concretizada, Bolsonaro deve ficar sem partido até a criação do Aliança pelo Brasil.
A vontade do grupo pró-Bolsonaro dentro do PSL é que o Aliança pelo Brasil seja lançado até o março do ano que vem para que possam lançar candidatos próprios nas eleições municipais do ano que vem. Estarão em disputa os cargos de prefeitos e vereadores.
Seguindo a Justiça Eleitoral, o grupo agora precisa colher 500 mil assinaturas em ao menos nove estados e entregá-las ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até março de 2020 para tanto.
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