Assessor de Bolsonaro minimiza fala de Trump: "Lógica eleitoral"
Filipe Martins, assessor especial da Presidência da República, foi entrevistado no Programa Pânico, da Rádio Jovem Pan, hoje. Envolvido com assuntos da política internacional do governo, ele repercutiu a declaração no Twitter do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a possibilidade de sobretaxar o aço e o alumínio do Brasil devido à desvalorização do Real perante o Dólar.
Segundo Martins, as palavras de Trump não devem ser levadas ao pé da letra, pois o presidente americano já está pensando nas eleições de 2020, quando tentará se reeleger.
"Trump está atuando em uma lógica eleitoral. Ele está pensando nas eleições do ano que vem e vendo como pode compor o colégio eleitoral. [...] Ele começou a se comunicar com o eleitorado e ele faz isso com a lógica de um negociador", disse.
O assessor ainda afirmou que não se criou um atrito comercial entre os dois países e que a atitude de Trump trata-se de uma estratégia para um acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos.
"Trump fez esses movimentos inúmeras vezes. Aí confunde especialistas. Mas ele é assim, quer trazer a pessoa para a mesa de negociação e ver o que pode ser extraído daquilo. E a gente respeita isso. Do mesmo jeito que o Trump tem a política de 'América primeiro', a gente tem a política de 'Brasil primeiro'".
"Delírio" do gabinete do ódio
Filipe Martins também falou sobre a instituição que vem sendo chamada de "gabinete do ódio", uma suposta rede de apoiadores de Jair Bolsonaro que orquestrariam ataques virtuais a críticos do governo.
Apontado como um dos líderes do tal gabinete, Martins negou a existência desta organização. "Isso é um delírio completo. O que a gente tem são pessoas que participam do governo e que, alguma hora, vão se posicionar sobre o debate público. Não tem nenhuma diretriz", declarou.
Para ele, todo o movimento para invalidar as ações do governo é orquestrado por pessoas que, de alguma forma, perderam poder com a vitória de Bolsonaro na eleição.
"O presidente ignorou os figurões, ignorou os grandes partidos, prefeitos, governadores, grandes veículos de imprensa e apostou na Internet, com uma série de novos mediadores que levam informações para a população. E, quando ele tem essa grande vitória, todo aparato de consultores, marqueteiros, a própria imprensa, fica em uma crise existencial, querendo plantar narrativas", concluiu.
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