Deputado posta imagem de game como se fosse ataque dos EUA a general do Irã
O deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) postou hoje um vídeo em sua conta no Twitter afirmando que as imagens eram do ataque dos Estados Unidos ao Irã, na última quinta-feira (2), quando morreu o general iraniano Qassim Suleimani.
Drones americanos foram usados para bombardear o aeroporto onde o militar se encontrava, em Bagdá, no Iraque. Outras sete pessoas morreram.
Zarattini disse na rede social que a ação foi "brutal" e pediu aos seguidores que acompanhassem como a ofensiva aconteceu.
"Massacre brutal. Veja como os drones americanos mataram o general iraniano Qassim Suleimani", diz a mensagem do deputado.
Não demorou muito até alguns internautas perceberem que se tratava, na realidade, de imagens de videogame: AC-130 Gunship Simulator: Special Ops Squadron, um jogo para celular.
O deputado foi criticado por distribuir fake news na rede social. Em seguida, ele apagou a postagem.
Veja abaixo o que disseram algumas pessoas.
Após a repercussão, Zarattini justificou o erro dizendo que a imagem "era muito similar aos vídeos divulgados pela televisão".
"Errei. Em meio a essa comoção que estamos vivendo com a escalada de guerra, publiquei um vídeo equivocado dizendo que era do ataque dos EUA no Iraque, quando na verdade era apenas um game. O vídeo era muito similar aos divulgados amplamente pela televisão", escreveu. "Na próxima vou ter mais cuidado e consultar a moçada antes de publicar. Abraços e feliz 2020 a todos", completou.
Em 2017, a mesma imagem foi usada pelo Ministério da Defesa russo, ao dizer que forças americanas estavam ajudando o Estado Islâmico contra as forças apoiadas pela Rússia. Na época, informou-se que as imagens mostravam como os comboios do Estado Islâmico deixaram Abu Kamal, na Síria, em direção a áreas controladas pelas forças especiais americanas. Mas internautas identificaram tratar-se do jogo. Assim como no caso do deputado, as postagens foram logo apagadas.
Quem era Suleimani
O general Suleimani, 62 anos, liderava a força Al-Quds dos Guardiões da Revolução, encarregada das operações do Irã no exterior. Era visto como um herói no país e exercia um papel-chave nas negociações políticas para formar um governo no Iraque.
Suleimani, um dos principais personagens do combate às forças jihadistas na região, tinha uma atuação fundamental no reforço da influência diplomática de Teerã no Oriente Médio, especialmente no Iraque e na Síria.
Após se manter discreto durante décadas, Suleimani começou a aparecer nas manchetes dos jornais depois do início da guerra na Síria, em 2011, onde o Irã apoia o regime do presidente sírio, Bashar al Assad.
EUA: Suleimani tinha planos contra diplomatas
O Departamento de Defesa dos EUA emitiu um comunicado oficial e afirmou que, "sob ordens do presidente, os militares dos EUA tomaram medidas defensivas decisivas para proteger o pessoal dos EUA no exterior, matando Qassim Suleimani, chefe da Guarda Revolucionária Islâmica Corps-Quds, uma organização terrorista estrangeira designada pelos EUA".
Segundo a nota, "Suleimani estava desenvolvendo planos para atacar diplomatas americanos e membros do serviço no Iraque e em toda a região". O ataque, segundo os EUA, teve como objetivo "impedir futuros planos de ataque iranianos".
Poucas horas depois da morte de Suleimani, a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, que na terça-feira (31) foi alvo de um ataque por uma multidão pró-Irã, recomendou a seus cidadãos que deixassem o Iraque "imediatamente".
A representação diplomática pediu aos americanos no Iraque que deixassem o país "de avião enquanto é possível", já que o bombardeio aconteceu no aeroporto de Bagdá, ou "sigam para outros países por via terrestre".
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