New York Times: Denúncia contra Glenn Greenwald é 'perigosa ameaça às leis'
O principal jornal norte-maericano, o "The New York Times", publicou hoje um editorial no qual critica a denúncia do MPF (Ministério Público Federal) contra o jornalista e fundador do site The Intercept Brasil, Glenn Greenwald.
Para o "New York Times", a denúncia é um "sério desserviço e uma perigosa ameaça às leis" do país. Além disso, o jornal classificou o caso como uma tentativa de "atirar no mensageiro e ignorar a mensagem".
"Os textos de Greenwald [referente às mensagens de procuradores da Operação Lava Jato vazadas pelo Intercept] fizeram o que uma imprensa livre deve fazer: revelaram uma dolorosa verdade sobre aqueles no poder", diz o editorial.
O jornal ainda compara os ataques à imprensa feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o comportamento similar do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. De acordo com o "New York Times", Trump se defende de notícias das quais não gosta as tratando como fake news e atacando repórteres, os quais chama de "inimigos do povo".
"[Esse comportamento] encorajou Bolsonaro, que abastece seu ódio contra repórteres tanto com desdém pessoal pela livre imprensa como incitando a fúria de seus seguidores", disse a publicação.
'Chocante ataque à liberdade de imprensa'
O jornal britânico "The Guardian" também publicou hoje um artigo em defesa de Gleen Greenwald. O texto é assinado por Trevor Timm, diretor-executivo da Fundação Liberdade de Imprensa.
O texto afirma que a denúncia contra Greenwald é um "chocante ataque à liberdade de imprensa" e uma "tentativa de retaliação" contra o jornalista por ter publicado mensagens vazadas que mancharam a imagem do ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública).
"Jornalistas de todos os lugares deveriam estar perturbados com o que isso significa para a liberdade de imprensa no quinto maior país do mundo", escreveu Timm.
De acordo com o texto, Bolsonaro tem perseguido Greenwald publicamente, pedindo que ele seja preso, embora não apresente evidências de seus crimes, além de ter usado termos homofóbicos para se referir ao jornalista e a seu marido, o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ).
"Deveria estar claro para todos —não importa a orientação política— que o governo Bolsonaro está tomando essas ações de maneira puramente retaliatória numa tentativa de criminalizar o jornalismo", disse Timm.
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