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Pretensão eleitoral de Onyx em 2022 é "ponto a ser estudado", diz Bolsonaro

Presidente Jair Bolsonaro em Brasília - Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro em Brasília Imagem: Adriano Machado

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

06/02/2020 10h51

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que as movimentações do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) para se candidatar a governador do Rio Grande do Sul em 2022 são "um ponto a ser estudado" e reafirmou que não aceitará que subordinados "se preocupem com política" local.

"É um ponto a ser estudado, tá ok? Qualquer ministro que por ventura utilize o ministério para, em vez de atender o Brasil, atender o seu estado ou município, está fadado a levar cartão vermelho", declarou ele ao deixar o Palácio da Alvorada nesta manhã.

Bolsonaro ressaltou que "não vai confirmar" se Onyx (DEM-RS) tem ou não a intenção de se candidatar ao governo de seu estado natal. Porém, observou que está vigilante e "ligado em quase tudo". "Os ministros sabem que eu fico ligado em quase tudo, no que for possível. Percebendo, não conta com a minha simpatia. Quem começar a se preocupar com política não vai dar certo."

Cada vez mais enfraquecido no Planalto, Onyx tem tentado viabilizar uma possível candidatura ao Executivo gaúcho. Levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo identificou uma média de três encontros por semana com representantes e políticos do Rio Grande do Sul, estado pelo qual o ministro se elegeu deputado em 2018.

Segundo dados oficiais, Onyx teve 650 encontros com autoridades, empresários e representantes da sociedade civil. Desses, atendeu nomes ligados ao Rio Grande do Sul em ao menos 155, um quarto do total.

Em parte dos encontros, segundo relatos de participantes, ele se comprometeu a atender demandas regionais e viabilizou repasses de recursos federais.

Onyx se mantém à frente do Ministério da Casa Civil, mas seu papel no governo foi esvaziado e reduzido a uma função meramente burocrática, sem relevância estratégica.

O auge do desgaste foi a demissão de seu assessor de confiança, Vicente Santini, da secretaria executiva da pasta. O servidor perdeu o cargo depois de contrariar norma imposta por Bolsonaro e realizagem viagem em aeronave oficial da FAB (Força Aérea Brasileira).

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