MPF entra na Justiça contra nomeação de missionário para a Funai
O Ministério Público Federal (MPF) entrou hoje com uma ação civil pública para suspender a nomeação do missionário Ricardo Lopes Dias para o cargo de Coordenador Geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Fundação Nacional do Índio (Funai).
A nomeação do missionário foi confirmada na semana passada e causou protestos entre os povos indígenas. Lopes Dias atuou por 10 anos na organização evangélica americana MNTB (Missão Novas Tribos do Brasil), realizando missões evangélicas na região do Vale do Javari, que abriga a maior concentração de povos indígenas isolados em todo o mundo.
O processo do MPF aponta "nítido conflito de interesses e incompatibilidade técnica" para pedir a anulação da nomeação.
Segundo o MPF, a nomeação de um missionário para a coordenar as ações com indígenas isolados põe em risco de retrocesso a política de não contato adotada pelo Brasil desde a década de 1980 e gera uma ameaça de genocídio e etnocídio contra esses povos.
O MPF ainda considera que a indicação de Lopes Dias é "ilegal". Pouco antes da nomeação, a Funai alterou os regimentos internos permitindo que o cargo fosse ocupado por alguém que não fosse um profissional de carreira da instituição.
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