PGR recorre da homologação de acordo de delação entre Cabral e PF
A PGR (Procuradoria-Geral da República) enviou hoje ao STF (Supremo Tribunal Federal) embargos sobre a homologação do acordo de delação premiada feito entre o ex-governador do Rio Sergio Cabral e a Policia Federal.
No documento, enviado ao relator do caso no STF, Edson Fachin, a PGR pede que o acordo não interfira nas prisões preventivas já decretadas contra Cabral. Esta é a segunda vez que o procurador Augusto Aras se manifesta contra o acordo.
Para a PRG existem "fundadas suspeitas" de que o ex-governador continua ocultando o paradeiro de valores recebidos de forma ilícita no esquema que vem sendo investigado desde 2015. O entendimento é o de que esse fato viola "a boa-fé objetiva", condição necessária para os acordos de colaboração.
Aras também cita as várias condenações contra Cabral. O procurador-geral considera que recusar a homologação não é tirar um direito de Cabral, mas sim assegurar "que o Estado aja de modo ético, moral e coerente em suas relações com particulares".
O ex-governador foi interrogado ontem pela primeira vez na condição de réu colaborador pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. Cabral foi ouvido no processo referente ao restaurante Manekineko, sobre possível lavagem de dinheiro envolvendo o escritório de advocacia de sua esposa, Adriana Ancelmo.
A defesa de Cabral não quis revelar o teor do acordo, por estar sob sigilo. Ele foi interrogado antes de Adriana Ancelmo, que exerceu o direito de permanecer em silêncio, apenas confirmando o que já havia falado.
Cabral está preso desde outubro de 2016, condenado a mais de 280 anos de prisão.
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