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Bolsonaro diz que governador em conselho da Amazônia "não resolve nada"

Jair Bolsonaro dá entrevista para jornalistas no Palácio da Alvorada - Cláudio Reis/Framephoto/Estadão Conteúdo
Jair Bolsonaro dá entrevista para jornalistas no Palácio da Alvorada Imagem: Cláudio Reis/Framephoto/Estadão Conteúdo

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

13/02/2020 12h25Atualizada em 13/02/2020 13h53

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou na manhã hoje que a participação de governadores no Conselho da Amazônia "não resolve nada".

"Se você quiser que eu bote governadores, secretários de grandes cidades, pode ter 200 caras", iniciou ele, na porta do Palácio da Alvorada. "Sabe o que vai resolver? Nada. Nada. Tem bastante ministro."

Os governadores criticaram a ausência deles no conselho. O colegiado é composto pelo vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) e por ministros do governo.

"Nós não vamos tomar decisões sobre estados da Amazônia sem conversar com governador, com a bancada do estado", garantiu o presidente. "Se botar muita gente é passagem aérea, hospedagem, uma despesa enorme, não resolve nada."

Acompanhado do deputado Átila Lins (PP-AM), Bolsonaro não respondeu sobre as críticas de que conselho tem falta de metas e orçamento. Em vez disso, desqualificou a ONG autora das críticas.

Lins apresentou a Bolsonaro a proposta de ser criado um ministério Extraordinário para a Amazônia e a Universidade Federal do Alto Solimões. O presidente ficou de estudar a criação da nova pasta.

O deputado disse que o órgão faria "as ações integradas". "Esse Conselho Nacional faria essa parte mais ampla, mas o ministério seria o órgão executor", disse Lins. "Um ministério extraordinário, uma estrutura enxuta e que ficaria ligada à Presidência."

Ontem, o papa Francisco afirmou que a responsabilidade dos governos locais na Amazônia "se torna mais grave". "A solução não está numa internacionalização da Amazônia, mas a responsabilidade dos governos nacionais torna-se mais grave", afirmou o pontífice.

Bolsonaro comentou as declarações dele. "O papa Francisco ontem falou que a Amazônia é dele, do mundo, de todo mundo. Por coincidência, eu estava com o embaixador [na verdade, chanceler] da Argentina. Falei: 'Olha, o Papa é argentino, mas Deus é brasileiro'."