Frente parlamentar Brasil-China repudia acusações de Eduardo Bolsonaro
A frente parlamentar Brasil-China emitiu nota de repúdio às acusações feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao governo chinês. O grupo classificou o episódio como um "atentado" às relações diplomáticas. A China, onde começou a epidemia do novo coronavírus, é o principal aliado comercial do Brasil.
"Não cabe a um parlamentar alimentar teorias conspiratórias e, por conseguinte, colocar em xeque mais de 45 anos de amizade e parceria entre duas grandes nações que sempre se respeitaram", considerou a nota.
A crise diplomática começou ontem, quando Eduardo acusou o governo chinês de ser responsável pela pandemia do novo vírus. Até 12h30 desta quinta-feira (19), o Itamaraty e o Palácio do Planalto não haviam se manifestado sobre as declarações de Eduardo e críticas da Embaixada da China.
Segundo Eduardo declarou, sem apresentar provas, "mais uma vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas que salvaria inúmeras vidas".
A manifestação provocou reação da Embaixada da China no Brasil, que disse que o filho do presidente contraiu 'vírus mental'.
"Lamentavelmente, você é uma pessoa sem visão internacional nem senso comum, sem conhecer a China nem o mundo", considerou a nota.
O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, pediu que o deputado "retire suas palavras imediatamente" e disse que protestaria junto ao Itamaraty e à Câmara dos Deputados.
Após a manifestação do embaixador, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu desculpas em nome da Casa.
O presidente da frente parlamentar, Fausto Pinato (PP-SP), cobrou que Jair Bolsonaro (sem partido) venha a público desmentir o filho.
"Eu sinto vergonha das palavras de Eduardo Bolsonaro. E dizer ao presidente que o senhor tem que desmentir de maneira imediata. Se o senhor não desmentir, é porque o senhor pensa igual", disse Pinato.
Além da frente e de Maia, o PSL, partido de Eduardo, também pediu desculpas à China.
"Em nome do povo brasileiro, o PSL pede desculpas ao Partido Comunista Chinês, ao governo e ao povo daquele país", informou nota assinada pelo presidente Luciano Bivar (PSL-PE).
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