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Bolsonaro nega renúncia, se diz feliz com missão e afirma ter vida difícil

Isac Nóbrega/PR
Imagem: Isac Nóbrega/PR

Do UOL, em São Paulo

02/04/2020 19h20Atualizada em 02/04/2020 20h05

Em entrevista hoje à rádio Jovem Pan, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou não cogitar a possibilidade de renunciar ao cargo mesmo frente a pedidos de impeachment da oposição.

"Da minha parte, a palavra 'renúncia' não existe", disse o presidente. "Fico feliz por estar na frente de um problema grande como esse. Fico pensando se tivesse o outro que ficou em segundo lugar aqui", disse, em referência ao candidato Fernando Haddad (PT), derrotado no segundo turno das eleições de 2018.

"A questão do impedimento, há uma série de regras. Se você ferir, você entrar na Lei de Responsabilidade Fiscal. Isso é uma preocupação muito grande da nossa parte", acrescentou.

À rádio, Bolsonaro lembrou problemas que Michel Temer enfrentou também na Presidência da República, que o ameaçaram no cargo.

"O governo dele estava indo bem, mas o governo dele se acabou. Mas até aquele episódio da gravação (de Joesley Batista em maio de 2017), estava indo muito bem", afirmou, assegurando ter apoio de deputados federais.

"Não temos uma maioria na Câmara, mas temos uma quantidade de parlamentares [apoiadores] que está crescendo."

Na entrevista, Bolsonaro citou os desgastes políticos que sofre na Presidência e deixou claro: não tem vida fácil. "A questão política, tenho que me abstrair dela. Porque minha vida não é fácil, não é fácil governar um país como esse com tantas coisas que te atrapalham", declarou.

Medidas Provisórias

Também na entrevista, Bolsonaro anunciou ter assinado hoje quatro Medidas Provisórias para reforçar a situação econômica do país frente à pandemia do novo coronavírus. Ao todo, elas somam R$ 174 bilhões.

Na lista, Bolsonaro citou uma MP de R$ 9 bilhões para a compra de materiais de saúde; uma de R$ 16 bilhões para o Fundo de Participação dos Estados (FPE) e para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM); uma de R$ 51 bilhões que chamou de "Medida Provisória Trabalhista", para "atender ao micro e ao pequeno empresário, para ele manter o pessoal empregado"; e uma de R$ 98 bilhões, sancionada ontem, com créditos de R$ 600 para trabalhadores informais.

"A receita deles (governadores e prefeitos) caiu muito. Agora, teve governador que exagerou, foi além do necessário no meu entendimento e está pagando um preço altíssimo, e dizer para eles: o Governo não tem como bancar isso por muito tempo", disse Bolsonaro, prometendo "compensar as perdas de arrecadação dos últimos 30 dias".