Malafaia vê 'falta de habilidade política' de Bolsonaro ao lidar com Moro
O pastor Silas Malafaia disse que "faltou habilidade política" ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao comentar o anúncio do pedido de demissão do ministro da Justiça Sergio Moro, em um pronunciamento na manhã de hoje. Malafaia disse ser aliado de Bolsonaro, mas "não alienado".
"Inacreditável! Sou aliado do presidente, NÃO ALIENADO! O maior absurdo e falta de habilidade política nessa hora", tuitou Malafaia.
"Sei que é atribuição do presidente nomear diretor da PF. Só que ele deu a Moro carta branca. Inadmissível", acrescentou o pastor, que é líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Em outra mensagem, Malafaia negou um possível rompimento com Bolsonaro, mas reforçou que a demissão de Moro foi um erro político. O pastor também ironizou membros da esquerda que estariam elogiando o ex-juiz, depois de criticá-lo pela atuação na Operação Lava Jato.
O anúncio de Moro
O ex-ministro da Justiça Sergio Moro anunciou hoje que deixa o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) após a exoneração do diretor-geral da PF (Polícia Federal) Maurício Valeixo, profissional de confiança do ex-juiz. Este foi apenas o ponto final em uma relação de atritos registrados desde janeiro de 2019, quando Moro e Bolsonaro tomaram posse de seus cargos.
"Esse último ato [a exoneração de Valeixo] é uma sinalização de que o presidente realmente me quer fora do cargo", disse Moro, em pronunciamento em Brasília. O agora ex-ministro, inclusive, disse que soube da exoneração a partir da publicação no Diário Oficial, nesta madrugada. "Eu não assinei [a exoneração]".
De acordo com Moro, Bolsonaro queria interferir na Polícia Federal. "O presidente queria ter alguma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse colher informações", falou. "E realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação."
Moro também afirmou que o presidente não apresentou uma justificativa para a troca do comando da PF. Segundo o ex-ministro, Bolsonaro descumpriu o compromisso de que teria carta branca para fazer nomeações - o que foi criticado por Malafaia.
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