'Vou procurar emprego', diz Moro sobre futuro após deixar ministério
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, disse na manhã de hoje que pretende descansar e que "vai procurar emprego" após pedir demissão da pasta.
"Meu futuro pessoal... Abandonei a magistratura, é um caminho sem volta, vou descansar um pouco. Esses 22 anos foram de muito trabalho, nesse período de Lava Jato quase não tive descanso e nem durante como ministro. Vou procurar emprego, não enriqueci como magistrado ou ministro. Independentemente de onde esteja, estarei à disposição do país. Se eu puder ajudar nesse período de pandemia com outras atitudes. Enfim, sempre respeitando o mandamento do ministério da Justiça que é fazer a coisa certa sempre", disse.
O ministro pediu demissão hoje, durante um pronunciamento feito em Brasília. Ele declarou hoje que deixa o cargo após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter exonerado o diretor-geral da PF (Polícia Federal), Maurício Leite Valeixo. O anúncio foi feito no final da manhã na sede da pasta, em Brasília, e ao final, Moro foi aplaudido pelos presentes.
Ao anunciar a sua saída, o ex-juiz federal explicou que acredita na força da PF para superar as interferências políticas nas nomeações de cargo. "Espero que, com a minha saída seja feita uma escolha, quem sabe manter o mesmo, já que o pedido de exoneração não existe, mas que seja técnica sem preferências pessoais. A PF tem um histórico, vai resistir à interferência política. Que seja alguém que possa realizar um trabalho autônomo, que não concorde trocar superintendentes e delegados sem motivos justificados", analisou.
No discurso, Moro enalteceu marcas de sua gestão como o combate ao narcotráfico e a transferência de presos de facções criminosas para presídios federais, operação esta realizada em conjunto com os governos estaduais.
O ex-juiz também disse ter sido fiel a Bolsonaro durante o período, mas que deveria sair para manter a sua credibilidade. "De todo modo, agradeço ao presidente pela nomeação. Tínhamos um compromisso e fui fiel a ele. No futuro, vou empacotar as coisas e vou providenciar o encaminhamento da carta de demissão", afirmou.
Em sua avaliação, a interferência de Bolsonaro na nomeação de cargos tornou inviável a sua permanência. "Não tenho como persistir com o compromisso sem condições de trabalho, de preservar a autonomia da Polícia Federal para realizar trabalhos ou sendo forçado a assinar concordância com interferência política, com resultados imprevisíveis", disse.
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