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PF: Moraes mantém delegados de inquéritos e evita mudança nas investigações

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo - Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Imagem: Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

24/04/2020 19h14

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou hoje que a Polícia Federal (PF) mantenha no comando delegados que trabalham em inquéritos na Corte. Com isso, evita-se que o novo diretor da PF — que ainda será escolhido — mude a orientação das investigações.

"Comunique-se ao Diretor Executivo da Polícia Federal, em exercício, que, no âmbito da Polícia Federal, as investigações neste inquérito deverão continuar a ser conduzidas pelo Delegado Federal Alberto Ferreira Neto, em São Paulo e da equipe de Brasília, composta pelos Delegados Federais Igor Romário de Paula, Denisse Dias Rosas Ribeiro, Fábio Alceu Mertens e Daniel Daher", decidiu Moraes.

Os delegados indicados trabalham em duas frentes na Corte. Uma sobre ofensas, ameaças e fake news enquanto a outra é sobre o financiamento de atos com pautas antidemocráticas. Moraes é o relator de ambos os casos e o responsável por coordenar as investigações ao lado da Polícia Federal.

A decisão de Moraes acontece horas após o ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, pedir demissão. Ele afirmou que não concordou com a exoneração de Maurício Valeixo, diretor-geral da PF, e declarou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) trocou o comando da PF para ter acesso a investigações e relatórios da entidade, o que é proibido pela legislação.

Bolsonaro, por outro lado, Negou ainda que tenha intenção de fazer qualquer interferência política na Polícia Federa ou que quisesse ter acesso a investigações sigilosas.

Valeixo foi exonerado pelo presidente do cargo de diretor-geral da PF na manhã de hoje. O decreto, publicado no Diário Oficial da União (DOU), veio assinado eletronicamente tanto pelo presidente quanto por Moro — que negou ter assinado o documento.

No decreto, consta que a exoneração ocorreu "a pedido". O agora ex-ministro, no entanto, disse que Valeixo não pediu para ser demitido e que a Secretaria de Comunicação do governo federal havia mentido. Já Bolsonaro reiterou que, sim, Valeixo quem pediu para sair alegando estar "cansado" do trabalho.

À noite, o governo publicou uma nova versão do decreto no Diário Oficial da União, desta vez sem a assinatura de Moro.