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Moro rebate Bolsonaro: Valeixo não foi moeda de troca para indicação ao STF

Do UOL, em São Paulo

24/04/2020 18h16

O ex-ministro Sergio Moro, que pediu demissão hoje do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, rebateu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) via Twitter, afirmando que nunca pediu indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF).

"A permanência do Diretor Geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, nunca foi utilizada como moeda de troca para minha nomeação para o STF. Aliás, se fosse esse o meu objetivo, teria concordado ontem com a substituição do Diretor Geral da PF.

Moro ainda confirmou que Valeixo estava, sim, cansado do ambiente político em seu cargo, mas que não pediu demissão. O ex-ministro declarou, novamente, que o decreto da exoneração não lhe foi informado.

"De fato,o Diretor da PF Maurício Valeixo estava cansado de ser assediado desde agosto do ano passado pelo Presidente para ser substituído. Mas, ontem não houve qualquer pedido de demissão, nem o decreto de exoneração passou por mim ou me foi informado", escreveu Moro.

Minutos antes, o presidente afirmou em coletiva que o ex-ministro da Justiça pediu para ser indicado a uma vaga no (STF) antes que Valeixo fosse exonerado da direção da PF.

'O senhor pode exonerar em novembro, depois que me indicar para o Supremo Tribunal Federal', teria dito Sergio Moro, segundo Jair Bolsonaro. O presidente também negou, na coletiva, que tenha intenção de interferir no trabalho da PF.

A declaração do presidente sobre uma possível indicação ao STF contrariou ainda o que o próprio Sergio Moro falou pela manhã. Ele negou que tenha negociado uma vaga no supremo com Bolsonaro ao ser convidado para assumir o Ministério da Justiça.

Durante seu mandato, o presidente terá direito a indicar pessoas para duas vagas na Corte, com as saídas já previstas de Celso de Mello e Marco Aurélio Mello.