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Ex-presidentes defendem multilateralismo: 'China é fundamental', diz Collor

Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso - Agência Brasil
Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso Imagem: Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

04/05/2020 17h09

Três ex-presidentes da República defenderam o multilateralismo ao falar da relação do Brasil com a China. Para Michel Temer, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, o país precisa valorizar a parceria com os asiáticos.

No início de abril, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, fez uma publicação no Twitter em que criticava a China usando o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica. Pouco depois, ele afirmou que não foi racista e preconceituoso.

"Observando o panorama internacional, eu vejo que há uma tendência ao isolacionismo e nós não temos potencial para sermos isolacionistas. Muito pelo contrário, temos que ser multilateralistas. Em função do comércio, das relações comerciais? Como é que você vai agredir a China? Há pouco tempo, eu verifiquei faixas colocadas em frente à Embaixada da China que diziam palavrões em relação ao embaixador e ao presidente Xi Jinping. Se a China levar a sério isso aí, como vamos vender carne, minério e soja, que é o nosso maior consumidor?", disse Temer em live realizada pelo site Consultor Jurídico.

Já Collor questionou as agressões do governo brasileiro à China e a outros países. Ele ainda perguntou o motivo da exaltação aos Estados Unidos. "A China é um grande parceiro, um grande país. Por que agredir gratuitamente um país como a China ou a Argentina? Por que os louvores aos EUA, tanta gana com o que vem do Pentágono e da Casa Branca? Todos nós somos solidários à China pela agressão que recebeu", afirmou durante participação na mesma live.

"É um grande parceiro. Se a diplomacia se baseia na defesa dos interesses nacionais, a China é fundamental para preservarmos nossos interesses nacionais. Estou de acordo e me perfilo junto àqueles que defendem o multilateralismo como a possibilidade de manter a estabilidade no mundo", acrescentou.

Para FHC, não é hora de escolher um lado. O ex-presidente ainda defendeu que o Brasil se mantenha alinhado a outros países da América do Sul.

"Estamos em plena mudança. Vamos precisar de reciprocidade, e a China faz parte desse sistema. Não dá para escolher um lado. Temos que tirar vantagem do fato que estamos distantes e vender para os dois lados. O Brasil precisa entender a função que tem no mundo. Nós vivemos na América Latina. Então, mexer contra os interesses da Argentina, Chile, Uruguai é loucura. E também não temos que impor nada, temos que conversar. Liderança não é impor, é conduzir", declarou.