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Randolfe pedirá investigação sobre vazamento de ação da PF contra Queiroz

Queiroz (à dir.) é ex-motorista e ex-segurança do hoje senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente - Reprodução/Instagram
Queiroz (à dir.) é ex-motorista e ex-segurança do hoje senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

17/05/2020 09h31Atualizada em 17/05/2020 19h22

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou hoje em suas redes sociais que vai protocolar um pedido de investigação contra o também senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) na Comissão de Ética do Senado.

O pedido se deve a reportagem publicada hoje pelo jornal Folha de S.Paulo na qual o empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio no Senado, afirma que o filho do presidente foi alertado com antecedência pela Polícia Federal sobre a operação que teria como alvo seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

De acordo com Randolfe, caso os fatos relatados na reportagem sejam comprovados, ele também entrará com um pedido de cassação do mandato de Flávio Bolsonaro.

"As revelações feitas por Paulo Marinho são gravíssimas. E em decorrência disso estaremos, na segunda-feira [18], protocolando no Conselho de Ética do Senado, um pedido de investigação, e, caso comprovados os fatos, entraremos com pedido de cassação do senador Flávio Bolsonaro", escreveu.

O senador disse ainda que vai peticionar um pedido para que Paulo Marinho seja ouvido em inquérito que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal.

Deputado faz cronologia

Também nas redes sociais, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) publicou uma cronologia, que, segundo ele, comprovaria a interferência da família Bolsonaro sobre a PF.

O deputado diz que ele já havia alertado sobre o suposto vazamento da Operação Furna da Onça, que atingiu Queiroz, à família Bolsonaro em janeiro de 2019. Já havia indícios de vazamento da operação desde que ela foi deflagrada, em novembro de 2018.

Ele também aponta envolvimento de Alexandre Ramagem, atual diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que esteve à frente da operação Cadeia Velha, deflagrada pela PF no Rio em 2017 e que antecedeu a Furna da Onça.

Posteriormente, Ramagem faria parte da segurança de Bolsonaro durante a campanha presidencial e seria indicado pelo presidente para ser diretor-geral da PF, mas sua posse foi impedida pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

"Uma análise cronológica dos fatos é suficiente para demonstrar como funcionou o vazamento da investigação da PF que chegou a Queiroz. Ele era o PC Farias da família Bolsonaro e agora ficou fácil de provar a influência do grupo miliciano na PF/RJ. As provas são robustas", escreveu Pimenta no Twitter.