Bolsonaro diz que não é 'rato' e que jamais entregará seu celular à Justiça
O presidente Jair Bolsonaro disse hoje que não entregará seu celular à Justiça se assim for determinado.
Em entrevista à Jovem Pan, ele disse que o ministro Celso de Mello, do STF, "pecou" ao enviar à Procuradoria Geral da República pedido de apreensão de seu celular.
"Acham que eu sou um rato para entregar meu celular nessas circunstâncias?", questionou. "Como eu vou entregar um celular em que eu falo com líderes mundiais? Alguns falam que é praxe, eu não sou diferente de ninguém, a lei me atinge, mas sou presidente da República e vou lutar pelo meu país. Eu farei valer a posição do presidente. Jamais pegarão meu telefone. Seria uma afronta".
Bolsonaro afirmou que "somos três poderes diferentes" e que, por isso, não cabe ao STF ter acesso ao dispositivo.
"Um ministro do STF querer um telefone do presidente da República, que tem contato com alguns líderes do mundo, por conta de fake news? Tá de brincadeira. Tá na cara que eu jamais entregaria o celular. Estaria sendo criada uma crise institucional. A troco do quê? Qual é o próximo passo? Dar uma canetada e dizer que não sou mais presidente? ", questionou.
Pedido de apreensão
O ministro Celso de Mello encaminhou hoje à PGR notícia-crime relacionada à investigação sobre a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. Entre as medidas solicitadas estão a busca e apreensão do celular do presidente e de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro, para perícia.
A ação do decano do STF é um trâmite burocrático. Caberá ao procurador-geral da República, Augusto Aras, analisar a notícia-crime e se manifestar sobre os pedidos. Depois, a decisão final sobre permitir ou não a apreensão dos aparelhos será do ministro.
A notícia-crime foi apresentada pelos partidos PDT, PSB e PV no dia 28 de abril. O despacho de Celso de Mello é de ontem.
Os partidos também solicitam perícias nos celulares de Maurício Valeixo, ex-diretor geral da Polícia Federal exonerado por Bolsonaro; do ex-ministro da Justiça de Segurança Pública Sergio Moro; e da deputada federal Carla Zambelli (PSL - SP).
A petição foi apresentada no âmbito do inquérito que investiga a suposta interferência de Bolsonaro na PF a partir de acusações feitas por Moro quando de sua demissão do governo, no final de abril. O ex-ministro, delegados da PF, Zambelli e outras testemunhas já foram ouvidos, e o inquérito segue em andamento, sem data para conclusão.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.