Topo

Esse conteúdo é antigo

Homem suspeito de extorquir ex-governador da PB e ameaçar Doria é preso

Ricardo Coutinho (PSB), ex-governador da Paraíba, foi ameaçado e sofreu tentativa de extorsão - Divulgação
Ricardo Coutinho (PSB), ex-governador da Paraíba, foi ameaçado e sofreu tentativa de extorsão Imagem: Divulgação

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

22/05/2020 11h08

Um homem, de 22 anos, foi preso por suspeita de extorsão e ameaças de morte ao ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) em uma operação conjunta entre as polícias Civil da Paraíba e de Pernambuco e do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O investigado foi preso na cidade de Santa Cruz do Capibaribe (PE), região Agreste, no último dia 16, mas a prisão foi mantida em sigilo até hoje para não atrapalhar as investigações.

Segundo a polícia, nas ameaças, o homem exigia o pagamento de R$ 3 milhões para não assassinar o ex-governador. O suposto homicídio ocorreria no último dia 16 e a identidade do preso não foi revelada.

A prisão do investigado ocorreu em cumprimento a mandado expedido pelo Tribunal de Justiça da Paraíba. Ele está custodiado no presídio de Santa Cruz do Capibaribe. O UOL tentou localizar a defesa do homem, mas não conseguiu.

Durante a prisão, segundo a Polícia Civil da Paraíba, foram encontrados ainda mensagens no celular do preso com ameaças feitas contra o atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-candidato a Presidência da República João Amoêdo (Novo). O aparelho foi apreendido para passar por perícia.

Coutinho procurou o delegado-geral da Polícia Civil da Paraíba, Isaías Gualberto, no último dia 11 e as investigações foram iniciadas até chegar ao homem apontado como autor das mensagens.

operação na Paraíba - Divulgação/Polícia Civil da Paraíba - Divulgação/Polícia Civil da Paraíba
Policiais levam objetos apreendidos com suspeito de extorquir Ricardo Coutinho
Imagem: Divulgação/Polícia Civil da Paraíba
Segundo a polícia, o homem enviou mensagens por uma rede social informando que teria sido contratado por uma organização criminosa, de atuação nacional, para assassinar o ex-governador da Paraíba pelo valor de R$ 2 milhões, mas interromperia a ordem caso Coutinho pagasse R$ 3 milhões.

A polícia informou que em uma das mensagens enviadas a Coutinho, o investigado revelava dados pessoais da vítima para demonstrar que conhecia a rotina do político.

"O autor das ameaças chegou ao extremo de enviar a imagem de um temporizador, indicando que o tempo para o pagamento exigido estava acabando", disse a Polícia Civil da Paraíba.

Com as provas entregues pelo ex-governador à polícia, o GOE (Grupo de Operações Especiais) e a Unidade de Inteligência da Polícia Civil da Paraíba foram acionados para conduzir as investigações em conjunto com o Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

"O material apreendido do hardware, especificamente do computador, e o aparelho celular foi comprovado o envio de mensagens e áudios a diversas vitimas comprovando a prática criminosa do mesmo. Esse material vai ser compartilhado, primeiramente, com a Polícia Civil de São Paulo para que o mesmo responda pelos crimes que cometeu", informou o delegado-geral da Paraíba, Isaías Gualberto.

Após ter a prisão decretada pela Justiça, o homem foi levado para a 17ª Delegacia Seccional de Polícia Civil de Pernambuco e, depois, para o presídio de Santa Cruz de Capibaribe. A polícia não informou se durante a prisão dele, um advogado se apresentou para fazer a defesa do homem.

A polícia continuará as investigações, pois suspeita que o preso possa ter feito outras vítimas atuando crime semelhante praticado contra o ex-governador.

O Tribunal de Justiça da Paraíba converteu a prisão temporária em preventiva contra o investigado de praticar extorsão contra políticos brasileiros. A prisão temporária tem o prazo de dez dias. Já a preventiva não há prazo determinado para ser encerrada.
Na manhã de hoje, equipes do GOE se deslocaram até o presídio de Santa Cruz do Capibaribe para cumprir o novo mandado judicial.

"Essa não é a primeira vez que sou vítima do banditismo"

O ex-governador Ricardo Coutinho se manifestou, por meio de nota, afirmado que "ultimamente venho sendo vítima de diversas ameaças e até de extorsão" e que vem sofrendo perseguição do Ministério Público da Paraíba, junto com seus familiares.
Na nota, ele agradeceu o trabalho da Polícia Civil da Paraíba que "prontamente, atendeu à minha denúncia e prendeu pessoa que estava colocando a minha vida e da minha família em risco."

"Essa não é a primeira vez que sou vítima do banditismo. No ano passado, meu escritório foi arrombado em busca de algo que não eram objetos de valor. O memorial de ex-governador que tenho na Fundação Casa José Américo foi invadido e projetos e arquivos foram destruídos ou roubados. E o sítio de minha família em Bananeiras (PB), recentemente, também foi saqueado", diz Coutinho.
O ex-governador da Paraíba ainda que o Ministério Público "reveja sua atuação e cumpra seu papel constitucional, pois Justiça deve ser feita nos autos e com provas e não em busca de audiência espetacularizada na população."

"Essas ações surgem num contexto de clara perseguição pelo Ministério Público da Paraíba que apresenta denúncias contra mim e meus familiares sem que uma única prova concreta de corrupção ou de enriquecimento ilícito tenha sido apresentada. Na ausência de provas, investem na destruição da minha reputação atraindo sobre mim o interesse de criminosos verdadeiros", afirma o ex-governador.