Bolsonaro associa medida de prefeitos contra coronavírus a "ditadura"
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou não querer a ditadura no Brasil e disse que a sua liberdade e a de seus apoiadores estava em risco devido às decisões de prefeitos e governadores, em referência indireta às medidas adotadas no combate à pandemia do novo coronavírus. Afirmou ainda querer armar a população para preservar as liberdades.
As declarações foram dadas em reunião ministerial do dia 22 de abril, cujo sigilo foi derrubado hoje por decisão do ministro Celso do Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), no inquérito que apura uma possível interferência de Bolsonaro na PF (Polícia Federal) denunciada pelo ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública Sergio Moro. Assista à íntegra da reunião.
O vídeo é considerado como uma das principais provas para sustentar a acusação feita pelo ex-ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) de que o presidente tentou interferir no comando da PF (Polícia Federal) e na superintendência do órgão no Rio, fatos esses investigados no inquérito relatado pelo decano do STF.
"O que esses filhos de uma égua querem é a nossa liberdade. Por isso que eu quero que o povo se arme. Para ter a garantia de não aparecer um filho da puta e impor a ditadura aqui. Porque é fácil impor a ditadura. Facílimo. Um bosta do prefeito faz a bosta de um decreto, algema, e deixa todo mundo dentro de casa. Se tivesse armado, ia para a rua. E se eu fosse ditador, eu iria desarmar a popular como fizeram no passado", disse ele, em tom alterado.
"Eu quero mandar um puta de uma recado para esses bostas, o porquê que eu quero armar o povo. Não quero uma ditadura. E não dá para segurar mais. Não dá para segurar mais. Enquanto não aceitarem as minhas bandeiras, como Deus, família, Brasil, armamento, liberdade de expressão, livre mercado..., estarão no governo errado. Esperem para 2022, com Haddad, Alckmin, Alvaro Dias. Ou talvez o Lula, né? E vai ser feliz com eles. No meu governo, não. É escancarar a questão do armamento. Eu quero o povo armado, porque o povo armado jamais será escravizado", completou.
Inquérito
O ministro Celso de Mello decidiu hoje derrubar o sigilo da reunião ministerial do dia 22 de abril em que, segundo o ex-ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ameaçou interferir na Polícia Federal.
No despacho publicado no final desta tarde, o decano do STF determinou a divulgação da maior parte da reunião, exceto trechos que tratam de outros dois países e não estão relacionados ao inquérito que investiga se Bolsonaro efetivamente atuou politicamente na PF.
As declarações vêm à tona após o ex-ministro Sergio Moro acusar Jair Bolsonaro de tentar interferir várias vezes na atuação da Polícia Federal, pedindo informações sigilosas e por fim trocando o diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo. A queda de Valeixo, há cerca de um mês, acabou culminando no pedido de demissão de Moro.
Os dois ex-funcionários do Governo já prestaram depoimento à Polícia Federal sobre as supostas interferências de Bolsonaro.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.