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Weintraub diz que desabafo em reunião não foi pensado e afirma ser educado

Do UOL, em São Paulo

25/05/2020 07h11Atualizada em 25/05/2020 13h21

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, voltou a defender sua participação na reunião ministerial do dia 22 de abril. Em mensagem publicada no Twitter na manhã de hoje, Weintraub disse que seu desabafo na reunião não foi pensado. Afirmou ainda ser uma pessoa sincera e educada.

A explicação do ministro se refere à parte da reunião na qual afirma que odeia os termos "povos indígenas" e "ciganos" porque "só tem um povo, o brasileiro". Ele postou parte do vídeo divulgado na última sexta-feira.

Na mesma reunião, Weintraub chamou os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) de "vagabundos" e disse que eles deveriam estar na cadeia. A declaração foi criticada por autoridades, e o ministro Celso de Mello disse ver "aparente prática criminosa" por parte do membro do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

"Eu sou fruto da mistura que deu origem ao POVO BRASILEIRO (inclusive índios)! Nós somos o único povo do Brasil! Parem de criar ódio com mentiras! De tentar nos dividir!", disse Weintraub hoje nas redes sociais

"Esse desabafo não foi um discurso pensado. Eu estava em uma reunião FECHADA e todos tiveram que entrar sem celular. Sou realmente um cara sincero e educado, como podem constatar", completou.

A fala de Weuntraub foi revelada em vídeo divulgado na última sexta-feira pelo STF após o ministro Celso de Mello, relator do inquérito que apura suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, levantar o sigilo de quase todo o material.

"Ele tá querendo transformar a gente numa colônia. Esse país não é... odeio o termo 'povos indígenas', odeio esse termo. Odeio. O 'povo cigano'. Só tem um povo nesse país. Quer, quer. Não quer, sai de ré", disse Weintraub na reunião.

Para o ministro da Educação do governo de Jair Bolsonaro, no Brasil existem "privilégios" dados a alguns "povos".

"É povo brasileiro, só tem um povo. Pode ser preto, pode ser branco, pode ser japonês, pode ser descendente de índio, mas tem que ser brasileiro, pô! Acabar com esse negócio de povos e privilégios. Só pode ter um povo, não pode ter ministro que acha que é melhor do que o povo. Do que o cidadão. Isso é um absurdo, a gente chegou até aqui", afirmou.

Na mesma reunião, o ministro da Educação disse que Brasília é "um cancro" e que gostaria de explodir a capital federal.

Ontem, ela já havia se defendido das críticas pelo vídeo. "Tentam deturpar minha fala para desestabilizar a Nação. Não ataquei leis, instituições ou a honra de seus ocupantes. Manifestei minha indignação, LIBERDADE democrática, em ambiente fechado, sobre indivíduos. Alguns, não todos, são responsáveis pelo nosso sofrimento, nós cidadãos", escreveu Weintraub.