Jefferson diz que Moro não tem caráter, e ameaça atirar em Zé Dirceu
As desavenças entre o presidente do PTB, Roberto Jefferson, e o ex-ministro Chefe da Casa Civil, José Dirceu, não ficaram no passado com o julgamento da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal (STF), referente aos casos do mensalão. O líder petebista, que delatou o esquema de propina, ainda mantém as rusgas com o ex-deputado petista.
Em participação hoje no Programa Pânico, da Rádio Jovem Pan, Jefferson foi perguntado sobre uma possível volta de Dirceu ao cenário político brasileiro e acerca da declaração do petista ao dizer que era 'uma questão de tempo para o PT tomar o poder'. Ao responder, ele sugeriu uma luta armada e relembrou a célebre frase dita na Câmara dos Deputados quando depôs ao Conselho de Ética da Casa:
"Se ele tentar tomar o poder, nós estamos prontos para impedir. Pode chamar quem ele quiser. Nós temos nossa gente pronta para ele, doida para entrar no campo de luta. Dessa vez, nossos instintos primitivos vão se confrontar no campo de batalha [...] Se o Zé Dirceu voltar, vamos ter que atirar nele. Aí só na bala. Eles estão treinando os grupos paramilitares deles, nós também estamos e vamos impedi-los de tomar o poder", ameaçou. Apesar da fala do cacique, não há nenhuma informação de que o PT tenha grupos paramilitares no Brasil.
Defensor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Jefferson disse que acordos como o mensalão são impossíveis no atual cenário do governo federal, embora o Planalto venha loteando cargos para integrantes do "centrão" nos ministérios.
"Quando o Bolsonaro foi eleito, ele acabou com esse elo, essa unidade que havia entre partidos e a Presidência da República. Foi assim em todos os governos, inclusive no do Fernando Henrique Cardoso. Aí chega o Bolsonaro que não rouba, não deixa roubar. Gera até uma crise, porque antes havia uma harmonia entre os poderes. A corrupção era a cola, o cimento, que mantinha unidos os três poderes. Quando um poder rompe com a corrupção, quebra o cimento da unidade, passamos a viver o pandemônio da política", opinou.
Bolsonaro x Moro x Lula
O petebista também repercutiu as desavenças entre o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e Bolsonaro. Para ele, Moro é o único nome que ameaça uma possível reeleição do atual presidente e, por isso, estaria fazendo um jogo político para difamá-lo.
"O Moro se colocou dentro do governo por um ano e meio para ter argumentos para destruir o Bolsonaro. E todo mundo sabe que o Bolsonaro não rouba e não deixa roubar. Se fizesse isso, estava na boca do povo, condenado pela imprensa e pela opinião pública", opinou.
Para Jefferson, o ex-juiz está usando a mesma tática que utilizou para acabar com a reputação do ex-presidente Lula.
"Moro destruiu completamente o Lula no processo do tríplex, que não tem prova. Ele foi plantando na opinião pública um rancor ao Lula. Quando ele deu a sentença, o Lula já estava condenado. E ele está usando a mesma estratégia de minar, de sangrar a imagem [de Bolsonaro]. Ele matou o Lula e deu uma sentença fraca, sem provas. E ele está tentando fazer igualzinho com o Bolsonaro, para enfraquecê-lo e, depois, tentar matá-lo. Para mim, Moro é um homem sem caráter, não dá para confiar nele", disparou.
STF
O petebista criticou a atuação e a configuração do STF nos dias atuais. Para ele, a Suprema Corte está aparelhada pelo PT e pelo PSDB, partidos que dominaram o Poder Executivo Federal durante mais de 20 anos com os mandatos de FHC, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
"O Supremo, hoje, é uma bagunça. Uma casa política. É um puxadinho do PSDB e do PT [...] É um porta-voz do FHC, do José Dirceu e do Lula", disse. Jefferson afirmou, sem qualquer prova, que o Supremo é uma das ferramentas empenhadas em tentar derrubar Jair Bolsonaro do governo.
"Estão tentando criar uma intervenção criminosa e de responsabilidade administrativa do Bolsonaro para que o ministro Celso de Mello possa mandar instaurar um inquérito criminal contra ele, receber uma denúncia do Procurador-Geral da República, o Augusto Aras, e mandar isso para Câmara, que aí fica mais forte e mais rápido para tentar tramitar um processo contra ele", concluiu.
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