'Interferência anunciada pelo presidente está oficializada', diz Witzel
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), negou hoje que tenha cometido irregularidades e disse estar à disposição da Justiça na apuração dos fatos depois que a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele, inclusive no Palácio das Laranjeiras, residência oficial.
Em nota divulgada, o político disse que estranhou e ficou indignado com o fato de que deputados ligados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenham falado sobre uma operação da PF direcionada a ele nas redes sociais nos últimos dias o que, em sua avaliação, demonstra que houve vazamento "com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará".
Ontem, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), aliada do presidente, disse em entrevista à rádio Gaúcha que alguns governadores estão sendo investigados pela Polícia Federal. Hoje, em entrevista à CNN, ela acusou Witzel de fazer "cortina de fumaça" para não responder às acusações e negou ter sido informada com antecedência sobre a operação. ""Não acredito e não tenho conhecimento de vazamentos na Polícia Federal. E se eu soubesse de vazamento, eu ficaria quieta, não daria entrevista a uma rádio", disse.
"A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada", diz Witzel, acrescentando estar tranquilo sobre o desdobramento dos fatos e à disposição da Justiça.
Um inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) apura se Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal, como acusou o ex-ministro da Justiça Sergio Moro ao deixar o cargo em 24 de abril. O presidente nega.
Leia a nota na íntegra:
"Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal. Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada. Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro".
Wilson Witzel
Governador do Estado do Rio de Janeiro
Operação Placebo
A operação nomeada Placebo investiga indícios de desvios de recursos públicos destinados enquanto vigora o estado de emergência de saúde pública em decorrência do novo coronavírus. Witzel é alvo das investigações. A operação foi pedida pelo procurador-geral da República, Augusto Aras.
Além do Palácio das Laranjeiras, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão no escritório de advocacia onde atua a mulher dele e em um imóvel no bairro do Grajaú, que seria a residência pessoal de Witzel.
Segundo a PF, investigações apontam para a existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do estado do Rio de Janeiro.
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