Presidente 'se desviou' e quis 'proteger filho bandido', diz Major Olímpio
O senador Major Olímpio (SP), líder do Partido Social Liberal no Senado, comentou em entrevista publicada hoje no Estadão sua cisão com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo o policial militar, o presidente "se desviou", buscou "proteger filho bandido" e passou a praticar a "safadeza que nós tanto lutamos contra".
"Todo mundo sabe que meu sonho era disputar o governo em 2022, mas estou fora. Não quero mais me candidatar. Estou enojado com essa situação. Policiais militares estão me cobrando lealdade cega ao presidente. Me chamaram de traíra. Não sou traíra. Quem está desviando conduta é o presidente", disse Olímpio.
O senador relata que ter assinado a CPI da Lava Toga foi o principal motivo da separação entre ele e Jair Bolsonaro:
"Quem se desviou foi o presidente (Bolsonaro), que não quis que eu assinasse a CPI da Lava Toga para proteger filho bandido. Eu não tenho bandido de estimação. Isso de palavrão em reunião (ministerial) é besteira. Estou enojado mesmo é com o comportamento que ele adotou e vem adotando. Adotou comigo. Essa negociação com o Centrão por cargo. Essa safadeza que nós tanto lutamos contra. Não quero mais disputar eleição para nada. Estou pendurando as chuteiras. Procurem um novo representante. Não sou gado humano."
Malvista pelos bolsonaristas, a CPI tem o objetivo de investigar membros dos tribunais superiores, vistoriando possíveis interferências do Judiciário nos demais Poderes.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada no dia 16 de maio, Paulo Marinho, que fez parte da campanha presidencial de Bolsonaro, disse que Flávio Bolsonaro, filho do presidente, teve acesso antecipado à informação de que o ex-assessor parlamentar do senador, quando ele era deputado estadual no Rio, Fabrício Queiroz, seria alvo de uma operação da Polícia Federal.
À época, Flávio rebateu a acusação e disse que ela era uma "invenção de alguém desesperado e sem votos". Flávio também é alvo de investigação de suspeita de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral. O senador nega todas as acusações de irregularidades.
(Com agências)
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