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Marinho defende renúncia de Flávio Bolsonaro: 'Renuncio na mesma hora'

Do UOL, em São Paulo*

27/05/2020 11h55Atualizada em 27/05/2020 18h02

O empresário Paulo Marinho, pré-candidato do PSDB à Prefeitura do Rio de Janeiro, defendeu hoje em entrevista à colunista do UOL Constança Rezende que o senador Flávio Bolsonaro renuncie ao cargo. Caso isso ocorra, o empresário, que é suplente de Flávio e assumiria o posto, promete também renunciar ao posto.

Suplente dele, Marinho afirma que as denúncias envolvendo o senador dificultam a sua permanência no cargo. "O senador Flávio Bolsonaro, diante de tantas dúvidas que pairam sobre ele e o principal colaborador dele no gabinete, acho que ele não tem condições de continuar exercendo o cargo de senador. Se ele renunciar ao mandato em cima do que está acontecendo hoje, eu renuncio na mesma hora. Aí não há como duvidar de que eu não quero o lugar dele", afirmou Marinho ao UOL Entrevista.

Marinho afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo, que Flávio revelou a ele, em 2018, que teria recebido informações privilegiadas da Polícia Federal (PF) sobre uma investigação que atingiria o seu ex-assessor Fabrício Queiroz. Marinho já deu três depoimentos, dois deles à PF e um ao Ministério Público Federal, no Rio, após suas declarações envolvendo o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O último aconteceu ontem.

Queiroz é investigado por participação em um suposto esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, quando era assessor de Flávio, na época deputado estadual.

Marinho recordou que o ex-servidor era uma pessoa muito próxima do senador. "O Flávio esteve aqui com o Queiroz durante a campanha. Ele (Queiroz) era uma espécie de assessor e motorista. E uma pessoa da absoluta confiança do Flavio. Uma pessoa de relação de amizade e confiança", destacou.

O empresário, que participou bastante da campanha presidencial de Bolsonaro, em 2018, disse estar arrependido do apoio. "Diante de tudo o que assisto hoje, eu me arrependo. Eu não imaginava que a gente ia assistir ao circo de horrores que a gente vê agora. Mas faz parte da vida", explicou.

Assista à integra da entrevista:

*Participaram desta produção Constança Rezende, Diego Henrique de Carvalho, Alex Tajra, Beatriz Sanz e Andréia Martins

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.