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Pedido sobre celular de Bolsonaro é "disparate de 5ª categoria", diz Heleno

Ministro do GSI, Augusto Heleno - Adriano Machado
Ministro do GSI, Augusto Heleno Imagem: Adriano Machado

Do UOL, em São Paulo

29/05/2020 08h52

O general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) do governo, classificou de "disparate de quinta categoria" o pedido para apreender o celular do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em entrevista à Rádio Bandeirantes hoje de manhã, Heleno comentou que averiguar o celular do presidente poderia gerar "uma bola de neve".

"Pedir para apreender o celular do presidente, a autoridade máxima do país, o que é isso? Isso seria uma bola de neve. Queria ver se decidem pegar o celular do presidente da Câmara, do Senado, isso sairia na quinta página do jornal. É uma coisa que não faz sentido num país que está em uma situação absolutamente normal, uma democracia....Imagine se os partidos políticos começam a pedir apreensão de celular... São uns disparates republicanos, aliás, nem republicano, é um disparate de quinta categoria", afirmou.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, manifestou-se, a pedido do ministro Celso de Mello, do STF, pela rejeição de um pedido de partidos de oposição para que seja apreendido o telefone celular de Bolsonaro. O procurador-geral disse não ser legítimo que terceiros solicitem diligências em investigações penais, uma vez que cabe somente ao Ministério Público conduzir a investigação.

Em notícia-crime, PDT, PSB e PV requisitaram a apreensão do celular de Bolsonaro como meio de investigação após o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro ter acusado o presidente de interferência na Polícia Federal.

Heleno voltou a criticar "parte da imprensa que tem obsessão em querer derrubar o presidente" e afirmou que vê na oposição um certo "desespero" por não estar mais no poder. "O que eu sinto no quadro político é que o desespero da esquerda radical vai aumentando, pois eles sabem que vai ser difícil voltar ao poder. A esquerda radical esperava que o presidente iria para o fundo do poço. (...) O que não pode é a cada manifestação estapafúrdia como a apreensão do celular do presidente isso virar notícia de primeira página de jornal".

Sobre os três pedidos apresentados por partidos pedindo o seu impeachment, ele afirmou que "vai entrar para a história como o primeiro ministro impichado". Os pedidos são do PDT e das deputadas federais Margarida Salomão (PT-MG) e Natália Bonavides (PT-RN) e referem-se à nota, divulgada na semana passada, em que Heleno classificou de "inconcebível" o pedido de apreensão do celular do presidente Bolsonaro.

"Isso não parte de pessoas que estão centradas, equilibras, que estão trabalhando para o país melhorar, mas que querem voltar ao poder. Eu tenho dormido mal por outros motivos, por dor nas costas, não por isso."

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.