Presidente da OAB diz que esquema de fake news queria 'ruptura democrática'
Felipe Santa Cruz, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), disse hoje que o suposto esquema de fake news, investigado pela Polícia Federal em inquérito comandado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), tinha perspectiva de causar uma "ruptura democrática".
"Liberdade de expressão não significa carta branca para destruir a honra das pessoas, atacar instituições, muito menos com a perspectiva de ruptura democrática", afirmou, ao "Jornal Nacional", da TV Globo, o presidente da entidade máxima dos advogados brasileiros.
A declaração pareceu ser uma resposta ao que foi dito ontem por Jair Bolsonaro (sem partido). O presidente da República afirmou, em live no Facebook, que o inquérito em questão "não tem base legal" e coloca em jogo o que ele chamou de "liberdade de expressão". Além disso, ele disse que os investigados são "pessoas de bem" e os defendeu.
"Uma campanha que manipula notícia falta pretende cativar um público, destruir uma imagem, prejudicar uma instituição. Essas campanhas, financiadas muitas vezes, precisam ser desvendadas. Precisa-se identificar quem são os autores desses crimes. Inclusive para preservar a liberdade de expressão como um pilar da nossa democracia, porque ela deve ser exercida com responsabilidade", comentou Felipe Santa Cruz.
Ao todo, são 29 mandados de busca e apreensão, incluindo personalidades conhecidas, como o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), o empresário Luciano Hang, a ativista Sara Winter, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP), o blogueiro Allan dos Santos e o humorista Rey Bianchi. O UOL relatou quem é quem no inquérito.
O presidente da OAB foi além e manifestou total apoio à investigação. "Difamar, atacar a honra, manipular através do financiamento uma campanha para destruir a imagem de alguém, destruir a imagem de um poder... Isso é crime. Deve ser investigado. E aqueles que são responsáveis por esse crime precisam conhecer a face dura da Justiça", completou.
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