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TJ-SP proíbe atos simultâneos de grupos pró e contra Bolsonaro na Paulista

Protesto na Paulista com faixa em defesa da democracia - Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Protesto na Paulista com faixa em defesa da democracia Imagem: Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

05/06/2020 23h04Atualizada em 06/06/2020 12h28

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) proibiu grupos (pró e contra o presidente Jair Bolsonaro) de se manifestarem na mesma data, na Avenida Paulista, e assim evitar "confrontos e prejuízos" decorrentes do encontro. Os dois grupos planejavam atos no próximo domingo.

"Impeço que os grupos manifestantes manifestamente antagônicos entre si se reúnam no mesmo local e data Avenida Paulista, capital, no próximo dia 07 de Junho, evitando-se assim confrontos e prejuízos decorrentes desta realidade, zelando as autoridades administrativas competentes para que tal empreitada possa ter seu efetivo sucesso", diz trecho da decisão do juiz Rodrigo Galvão Medina.

Na sentença, o magistrado cita nominalmente os grupos: "Atos Antifascismo", "Democracia", "Pedalada Antifascista", "Mais Democracia", "Ato Antifascista", "Torcida Organizada", "Mancha Verde", "Torcida Independente", "Torcida Jovem", "Gaviões da Fiel", "Secundaristas em Luta", "Canal Secundaristas", "Democracia, fascismo, racismo e Homofobia, LBTQA", "Vidas Pretas Importam", "Brasil Contra o Comunismo", "Movimento Juntos Pela Pátria", "Damas de Aço" e "Guerreiras do Sudoeste".

No último domingo, um ato foi organizado por coletivos ligados a torcidas de futebol e era autointitulado pró-democracia e antifascista, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. A poucos metros dali, em frente à sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), havia um grupo de manifestantes pró-Bolsonaro, que realizava um ato no local.

Houve confronto entre manifestantes dos dois grupos e a Polícia Militar interveio com bombas de gás. (Veja imagens abaixo)

Ao menos seis pessoas foram detidas pela PM. Destes, cinco foram acusados de se envolver em uma briga com um apoiador do presidente, que teria provocado o grupo. O celular do agredido foi tomado por um dos detidos, que permaneceria preso até a audiência de custódia.

Um novo ato estava marcado para o próximo domingo: enquanto bolsonaristas agendaram manifestações para a parte da manhã, críticos ao governo de Bolsonaro planejam protestar no início da tarde.

"Deixa eles mostrarem o que é democracia"

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu a apoiadores para não irem a ato convocado por manifestantes pró-democracia, durante live transmitida ontem nas redes sociais.

Na transmissão, Bolsonaro chamou manifestantes e críticos ao seu governo de "terroristas", "viciados", "bando de marginais" e "marginais de preto".

"Então, está prevista uma manifestação com esses 'marginais de preto' neste domingo. Eu nunca convoquei atos, mas, agora, neste domingo, eu peço ao nosso pessoal, o pessoal de verde e amarelo e que tem Deus no coração, para não participar. Não compareçam a esse movimento. Fiquem em casa. Essas pessoas não têm nada a nos oferecer. Muitos são viciados. Eles querem confronto, querem fazer baderna, são bando de marginais", disse Bolsonaro.

"Deixa eles mostrarem o que é democracia. Eu não estou torcendo para ter quebra-quebra, não, mas a história nos disse que esses 'marginais de preto', que levam o soco inglês, o punhal, barra de ferro, coquetel molotov, geralmente eles apedrejam e queimam bancos, queimam estações de trem", concluiu.