"Não desejo a ninguém, nem a Bolsonaro, que seja injustiçado", diz Haddad
Candidato derrotado às eleições para Presidência da República, em 2018, Fernando Haddad (PT-SP) disse que não deseja injustiça para ninguém, nem mesmo para Jair Bolsonaro (sem partido), com quem concorreu ao pleito, durante fala sobre as investigações do inquérito das fake news. Mas garantiu que todos, inclusive ele, querem conhecer a verdade.
"Eu acho que todos os democratas do país querem conhecer a verdade, ninguém quer um julgamento injusto. Nós, do PT, somos os primeiros a defender julgamentos imparciais em que os juízes não tomem partido, se baseiem nas provas do processo. Não desejo para ninguém, nem para o presidente Bolsonaro, que ele seja injustiçado", justificou Haddad, em entrevista à CNN Brasil.
"Mas eu sou contra o pedido do presidente Bolsonaro de que essas provas que estão sendo recolhidas agora não sejam levadas ao conhecimento do TSE", acrescentou, em seguida.
Há atualmente ao menos seis processos tramitando no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pedem a cassação da chapa eleita em 2018, composta por Bolsonaro e seu vice, general Hamilton Mourão. Uma dessas ações diz respeito justamente ao disparo de notícias falsas durante a campanha eleitoral, conforme revelado pela Folha de S.Paulo.
Já o inquérito que deu origem à operação da Polícia Federal —realizada no dia 27 de maio contra pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro, em busca de provas sobre um sistema de produção e disseminação de notícias falsas e ataques a autoridades— foi instaurado em março de 2019 pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, que designou Alexandre de Moraes para presidir as investigações.
A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) se manifestou hoje favorável ao compartilhamento de provas do STF com o TSE referentes ao inquérito das fake news e ataques virtuais.
"O Ministério Público Eleitoral manifesta-se pelo deferimento do pedido de compartilhamento de provas relativo ao Inquérito nº 4781/DF, e pelo indeferimento do requerimento de expedição de ofício à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito no mesmo sentido", disse o vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, em duas manifestações protocoladas no TSE, uma em cada ação. "[O] juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório."
A defesa do presidente Jair Bolsonaro havia se posicionado contra o compartilhamento das provas em processos em tramitação na corte eleitoral que tentam cassar a chapa presidencial vitoriosa nas eleições de 2018.
Na manifestação encaminhada ao TSE na semana passada, a advogada da chapa, Karina Kufa, disse que o pedido feito pelo PT demonstra um "inconformismo pela derrota no pleito de 2018" e que essas eventuais inclusões não têm ligação com o objeto das ações.
"Em nada corrobora com esta ação a investigação capitaneada pelo Colendo Supremo Tribunal Federal sobre notícias falsas direcionadas à figura dos insignes Ministros daquela Egrégia Corte", disse a advogada, ao defender a rejeição do pedido.
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