Quem são os alvos da operação que prendeu Fabrício Queiroz
Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, foi preso hoje após decisão judicial no inquérito do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) que investiga esquema de rachadinha no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) —a prática envolve a devolução de parte dos salários por parte de assessores.
Além da prisão de Queiroz, a Justiça determinou o cumprimento de ações cautelares contra ao menos outras cinco pessoas. A decisão do juiz Flávio Itabaiana Nicolau, da 27ª Vara Criminal do TJ do Rio, está sob sigilo. Veja seguir mais informações sobre os alvos da Operação Anjo:
Fabrício Queiroz
Queiroz é policial reformado, amigo do presidente Jair Bolsonaro desde 1984 e ex-assessor de Flávio Bolsonaro quando ele ainda era deputado estadual.
Ele passou a ser investigado em 2018 depois que um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) indicou movimentação financeira atípica em suas contas.
Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Também recebeu transferências em sua conta de sete servidores que passaram pelo gabinete de Flávio.
Suspeito de ser operador do esquema de rachadinha, o ex-assessor foi preso na manhã de hoje em Atibaia, no interior de São Paulo, num imóvel que pertence a Frederick Wassef, advogado de Flávio e do presidente Bolsonaro. Foram apreendidos com Queiroz dois celulares, documentos e uma pequena quantia em dinheiro —o valor não foi revelado.
O advogado Paulo Emílio Catta Preta disse que a prisão de Queiroz é "injustificada" e que vai entrar com pedido de habeas corpus ou de revogação da prisão do ex-assessor. O defensor também afirmou ter ouvido de Queiroz no presídio de Benfica que ele recebeu ameaças, mas não deu detalhes sobre isso.
Márcia Oliveira de Aguiar
Márcia é mulher de Queiroz e já trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj. Ela também teve sua prisão decretada pela Justiça do Rio. Até as 16h30, ela não havia sido encontrada e, por isso, é considerada foragida, segundo o MP-RJ.
Para a Justiça, Márcia e Queiroz poderiam atrapalhar as investigações das supostas rachadinhas ameaçando testemunhas e investigados. Mensagens atribuídas a Márcia apontam que Queiroz dava ordens para constranger quem poderia comprometê-lo, segundo o jornal O Globo.
O advogado Paulo Emílio Catta Preta disse que também assumirá a defesa de Márcia após ter sido acionado no começo da manhã de hoje por uma filha. Ele disse aguardar que a mulher de Queiroz entre em contato com ele.
Luis Gustavo Botto Maia
Luis Gustavo Botto Maia é advogado e trabalha no Rio. Ele defendeu Flávio Bolsonaro durante sua campanha eleitoral para o Senado, em 2018.
Ele foi um dos responsáveis pela prestação de contas de campanha de Flávio.
O UOL procurou Maia por telefone e e-mail. Ele ainda não respondeu.
Alessandra Esteves Marins
Alessandra é assessora Flávio Bolsonaro no Senado Federal. Ela é funcionária comissionada da Casa desde 2019, ano em que Flávio tomou posse como congressista. No site do Senado, Alessandra aparece como "auxiliar parlamentar pleno". No mês de maio, recebeu R$ 6.800 líquidos por seu trabalho.
Até janeiro de 2019, ela ocupou cargo com salário bruto de R$ 9.835 no gabinete de Flávio na Alerj, onde atuou desde agosto de 2011. Ela também ocupou cargos na área administrativa da Casa entre janeiro de 2009 e agosto de 2011.
Hoje, foi cumprido mandado de busca na casa de Alessandra em Bento Ribeiro, na zona norte do Rio. A poucos metros dali, localiza-se um imóvel que já foi usado como escritório político e comitê de campanhas eleitorais pela família Bolsonaro.
Procurado pelo UOL, o gabinete de Flávio Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre a assessora. A reportagem não localizou a defesa de Alessandra.
Luiza Souza Paes
Alvo de medida cautelar, Luiza foi funcionária do gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj de agosto de 2011 a abril de 2012. Ela também ocupou cargos na área administrativa de abril de 2012 a abril de 2017. Em seu último cargo, ela ganhava salário bruto de R$ 2.950.
De acordo com o relatório do antigo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), hoje rebatizado de UIF (Unidade de Inteligência Financeira), Luiza estava entre os assessores e ex-assessores que repassaram valores diretamente para a conta de Queiroz. Ela depositou R$ 3.542 entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
O UOL não conseguiu contato com Luiza.
Matheus Azeredo Coutinho
Coutinho é servidor da Alerj, segundo o MP-RJ. Investigadores ainda não esclareceram qual a relação de Coutinho com as suspeitas sobre a "rachadinha". A Justiça também determinou cumprimento de medida cautelar contra o funcionário da Casa Legislativa.
Procurada, a Alerj informou que Coutinho ocupa cargo na área administrativa, com salário bruto de R$ 983 desde setembro de 2018.
O UOL não localizou a defesa dele.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.