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Casa onde Queiroz foi preso tinha faixa do AI-5 e bonecos de 'Scarface'

Faixa do AI-5 ficava entre bonecos em miniatura do filme "Scarface", estrelado por Al Pacino - Divulgação/Polícia Civil
Faixa do AI-5 ficava entre bonecos em miniatura do filme 'Scarface', estrelado por Al Pacino Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Do UOL, em São Paulo

18/06/2020 13h51

A casa onde Fabrício Queiroz foi preso hoje em Atibaia, no interior de São Paulo, tinha uma faixa que faz referência ao AI-5 e bonecos do filme "Scarface". Queiroz é ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) e foi encontrado num imóvel que pertence a Frederick Wassef, advogado do senador e do seu pai, o presidente Jair Bolsonaro.

A faixa do AI-5 lembra o mais duro dos Atos Institucionais decretados durante o regime militar. O conjunto de medidas que se iniciou em dezembro de 1968 resultou em um período de censura aos meios de comunicação e de relatos de práticas de tortura por parte da ditadura.

A volta do AI-5 foi invocada em algumas das manifestações de apoiadores do presidente que se seguiram nos últimos meses, sendo um dos motivos inclusive da abertura de um inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar atos antidemocráticos.

Já as miniaturas inspiradas em "Scarface" são do personagem Tony Montana, interpretado pelo ator Al Pacino no filme de 1983. O personagem fictício de Montana era um refugiado cubano que se tornou chefe do tráfico em Miami, nos Estados Unidos, conhecido por sua violência e pelo uso abusivo de cocaína.

Segundo o delegado que comandou a operação que prendeu Queiroz, o caseiro do local afirmou que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro estava na casa há cerca de um ano. Ainda de acordo com a polícia, Queiroz não ofereceu resistência no momento da prisão.

Quem é Fabrício Queiroz

O ex-assessor Fabrício Queiroz começou a ser investigado em 2018, quando um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou movimentações financeiras atípicas dele. Ele é policial reformado e amigo pessoal do presidente Bolsonaro desde 1984. A suspeita é de que ele participasse de um esquema de "rachadinha", no qual servidores devolvem parte do salário ao gabinete do parlamentar que os contrata.