O que Flávio Bolsonaro já disse sobre Fabrício Queiroz
Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e amigo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Fabrício Queiroz foi preso na manhã de hoje em Atibaia (SP). Ele estava em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, advogado do presidente e do senador.
Queiroz é investigado por participação em um suposto esquema de "rachadinha" na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), na época em que trabalhava no gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro.
A investigação partiu de um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que apontou movimentações suspeitas de dinheiro por parte de assessores parlamentares, incluindo Queiroz -cuja movimentação considerada "atípica" foi de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.
Veja, abaixo, o que Flávio Bolsonaro já declarou sobre o caso e sobre sua ligação com Fabrício Queiroz:
"Nunca soube de algo que desabonasse sua conduta"
Em dezembro de 2018, após a divulgação do relatório do Coaf, Flávio Bolsonaro usou as redes sociais para declarar que Queiroz trabalhou com ele por mais de dez anos e sempre foi uma pessoa de sua confiança.
"Nunca soube de algo que desabonasse sua conduta", escreveu. Ele disse ainda ter certeza de que o ex-assessor prestaria todos os esclarecimentos necessários.
Dias depois, o então presidente eleito Jair Bolsonaro se manifestou sobre o caso em uma transmissão ao vivo nas redes sociais. Bolsonaro declarou não ser investigado e afirmou que "se algo estiver errado —que seja comigo, com meu filho, com o Queiroz, que paguemos a conta deste erro".
"Não fiz nada de errado"
Após a declaração do pai, Flávio Bolsonaro voltou a usar as redes sociais em dezembro de 2018 para afirmar que não havia feito nada de errado.
"Não fiz nada de errado, sou o maior interessado em que tudo se esclareça pra ontem, mas não posso me pronunciar sobre algo que não sei o que é, envolvendo meu ex-assessor", escreveu.
"Não sei o que as pessoas do meu gabinete fazem da porta para fora"
Em entrevista ao SBT, veiculada no dia 10 de janeiro de 2019, Flávio Bolsonaro disse não ter conhecimento do que os funcionários de seu gabinete "fazem da porta para fora".
O senador disse ainda que caberia a Queiroz "esclarecer [o caso] o quanto antes". "Quem tem que explicar isso aí é ele, se é verdade ou se não é", disse.
O Ministério Público do Rio de Janeiro havia convidado o senador para prestar depoimento sobre o caso na mesma data, mas ele não compareceu. Flávio afirmou que, como não é investigado diretamente, sua defesa solicitou os autos do processo para "tomar ciência dos fatos" e que outra data para o depoimento seria agendada.
"Talvez tenha sido meu erro confiar demais nele"
Em maio de 2019, Flávio Bolsonaro voltou a negar que tenha cometido irregularidades e afirmou que as diferentes versões dadas por Queiroz sobre suas movimentações financeiras soavam estranhas.
"O Queiroz tinha muita autonomia dentro do gabinete para escolher as pessoas, principalmente as equipes que eu chamo de equipe de rua. Ele que geria isso tudo. Talvez tenha sido meu erro confiar demais nele", declarou em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo". Flávio Bolsonaro afirmou ainda que não sabia qual era o paradeiro de Queiroz.
"Não tenho mais nenhum tipo de contato com ele"
Em outubro de 2019, após a revelação de um áudio em que Queiroz dá orientações sobre como conseguir nomeações em gabinetes no Congresso Nacional, o senador publicou um vídeo em suas redes sociais para afirmar que não tinha mais "nenhum tipo de contato" com Queiroz há quase um ano. O áudio, revelado pelo jornal O Globo, datava de junho de 2019.
"Pô, cara, o gabinete do Flávio faz fila de deputados e senadores lá, pessoal pra conversar com ele. Faz fila. P..., é só chegar, meu irmão: 'Nomeia fulano aí, para trabalhar contigo'. Salariozinho bom desse aí cara, pra gente que é pai de família, p..., cai como uma uva (sic)", diz Queiroz na gravação.
Apesar da fala do ex-assessor, Flávio Bolsonaro declarou que Queiroz "não tem nenhum acesso ao meu gabinete".
"Cara correto, trabalhador"
Já em maio deste ano, Flávio Bolsonaro defendeu o ex-assessor e o chamou de um "cara correto e trabalhador".
A declaração foi dada em um vídeo publicado nas redes sociais do senador em resposta ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Após ser alvo de uma operação da Polícia Federal naquele dia, Witzel disse que Flávio deveria estar preso.
"Você ficava ligando para o Queiroz, botava assessor para ligar para ele, para saber onde eu estava, para ir atrás de mim na campanha. Porque sabia que o Queiroz estava do meu lado, trabalhando, um cara correto, trabalhador, dando o sangue por aquilo que ele acredita", disse Flávio.
O senador declarou ainda se arrepender de ter apoiado Witzel nas eleições de 2018.
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