Pivô de crise com a Lava Jato retira candidatura para conselho do MPF
A subprocuradora-geral Lindôra Araújo, aliada do procurador-geral da República, Augusto Aras, desistiu de concorrer a uma vaga para o Conselho Superior do MPF (Ministério Público Federal). A informação foi confirmada pelo UOL.
Araújo protagonizou uma crise junto à PGR após sua visita à Força-Tarefa da Lava Jato em Curitiba, que tratou a movimentação como uma "diligência" para obter dados e informações sigilosas da operação.
A crise culminou na debandada de três membros do grupo de trabalho da Lava Jato na PGR, que está sob coordenação de Lindôra. Sem citar o caso, a subprocuradora disse que desistia de concorrer na eleição interna em razão de "inúmeras atividades" que ela vem exercendo.
"Colegas, em razão de inúmeras atividades que venho exercendo, resolvi retirar minha candidatura ao CSMPF pelo colégio de subprocuradores", escreveu a subprocuradora, em comunicado interno na rede da PGR.
Perfil
Lindora Araújo, responsável pela Operação Lava Jato na PGR (Procuradoria-Geral da República), está no centro de uma celeuma com integrantes da força-tarefa nessa semana após uma tentativa de acesso a provas e documentos sigilosos em Curitiba.
Auxiliar do procurador-geral Augusto Aras, ela está no comando da operação desde janeiro deste ano. Considerada "braço direito" de Aras e pessoa de sua confiança, é ela que comanda também outra investigação sensível na PGR, sobre irregularidades na compra de respiradores e outros itens para combate à covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, nos estados e municípios.
Controversa, a investigação mirou até agora adversários políticos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como os governadores do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ), e do Pará, Helder Barbalho (MDB-PA). A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), aliada do presidente, chegou a adiantar a uma rádio que operações da PF sobre o tema iriam acontecer em breve.
Na Lava Jato, Lindora é vista com suspeição pelos colegas de força-tarefa e coleciona polêmicas com eles. Ela substituiu na coordenação o procurador José Adonis Callou de Araújo Sá, que pediu demissão.
Nesta sexta-feira (26), três integrantes do grupo na PGR pediram demissão após procuradores da Lava Jato em Curitiba reclamarem publicamente da tentativa de acesso por parte da subprocuradora a material sigiloso da operação durante viagem à capital paranaense.
Hebert Reis Mesquita, Luana Vargas de Macedo e Victor Riccely não concordaram com a condução do grupo por parte de Araújo.
*Com informações da Agência Estado
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