Bolsonaro chama interino da Saúde de excelente ministro após tensão com STF
Em encontro com apoiadores no final da tarde de hoje, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que possui uma "excelente equipe de ministros, a começar pelo da saúde". A pasta é ocupada de forma interina pelo general Eduardo Pazuello, que tem sido alvo de críticas por conta de seu trabalho frente à pandemia do novo coronavírus.
Ele assumiu após as saídas de Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Nelson Teich, demitidos por conta de atritos com Bolsonaro.
Pazuello protagonizou um embate recente com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes. Em uma videoconferência no último sábado (11), Mendes afirmou que o Exército se associou ao "genocídio", referindo-se às políticas adotadas no âmbito da pandemia.
Ele também disse que o "vazio" no comando da Saúde não era aceitável. Naquele final de semana, o país ultrapassou as 70 mil vítimas do novo coronavírus.
A declaração gerou desconforto no Ministério da Defesa e no próprio comando do Exército. Em entrevista à revista Veja, Pazuello afirmou que não se abalou com a crítica do ministro do Supremo e que tem uma "missão muito mais importante".
Na conversa com seus apoiadores, transmitida ao vivo pelas suas redes sociais, Bolsonaro recebeu camisetas e um boné de presente. "Demos azar com essa pandemia", disse. Depois de elogiar Pazuello, afirmou que está "aos poucos construindo o futuro do Brasil".
O presidente voltou a citar o projeto de lei que coíbe as notícias falsas, apelidado de PL das Fake News, afirmando que a norma "não vai passar na Câmara". "Não vamos perder a nossa liberdade de expressão. Essa mídia livre foi quem elegeu o presidente", disse Bolsonaro.
Ontem, ele já havia opinado sobre o projeto, afirmando ser uma tentativa de limitar a liberdade de expressão. "Vocês sabem que a liberdade de expressão é essencial se você quer falar em democracia. O Congresso está discutindo aqui, já passou no Senado, está na Câmara, seria a lei das fake news. Acho que é mais uma maneira de botar limites na liberdade de expressão."
"Troque nas urnas"
Questionado por seus apoiadores sobre as próximas eleições geraias, o presidente afirmou que a renovação na política é "natural, até para o presidente se for o caso". "Vocês fazem um movimento democrático para exatamente mostrar que o voto de vocês em 2018 vai valer até 2022. Quer trocar? Troque nas urnas", disse.
Depois da breve conversa, uma oração cristã foi feita por um dos seus seguidores e, em seguida, o hino nacional foi cantado.
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