Live de Flávio Bolsonaro e Crivella antecipa campanha e ignora Queiroz
Em um indicativo de como deve ser a campanha eleitoral, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, e o senador Flávio Bolsonaro (ambos do Republicanos-RJ) enalteceram parceria entre as esferas municipal e federal e ignoraram o escândalo das "rachadinhas". O encontro virtual se deu em uma live na noite de ontem (20), que atraiu pouca audiência.
Pré-candidato à reeleição, Crivella espera receber o apoio da família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele mirou apenas a cooperação entre eles, mencionando uma suposta conspiração midiática contra os seus mandatos —horas antes do encontro, Flávio depôs ao MPF (Ministério Público Federal) sobre suposto vazamento da Operação Furna da Onça. O nome de Fábricio Queiroz, ex-assessor de Flávio, preso desde 18 de junho, tampouco foi mencionado.
Apesar do discurso de sintonia e cooperação, assessores do clã Bolsonaro afirmam que o presidente da República não deve verbalizar o apoio a nenhum candidato a prefeito. Por isso, Crivella tenta associar a sua imagem à de Flávio Bolsonaro, na expectativa de atrair votos de entusiastas do bolsonarismo, tal como Wilson Witzel (PSC) conseguiu nas últimas eleições.
Durante boa parte do tempo, o prefeito atacou veículos de imprensa em linha com Jair Bolsonaro. "Existem adoradores do caos. Veículos que não estão nem aí para as coisas certas. Nós respondemos à perseguição de parte da imprensa com muito trabalho. Agradeço ao senhor e ao seu seu pai, que me ajudou a viabilizar voos vindos da China trazendo centenas de respiradores e monitores. Nosso povo é muito grato ao governo federal", afirmou.
Baixa audiência marca a transmissão
Depois de debaterem sobre as políticas de combate à covid-19 e mencionarem o "sucesso no enfrentamento à doença" —apesar das 7.733 mortes na capital fluminense informadas ontem pela Secretaria Estadual de Saúde—, os dois políticos passaram a responder a perguntas selecionadas pela equipe do prefeito.
Embora Crivella tenha divulgado o encontro em suas redes sociais ao longo da semana, a audiência no Youtube não ultrapassou 200 espectadores, chegando a ter menos de cem em alguns momentos. O encontro também foi transmitido pelo Facebook e Instagram do prefeito.
Mais uma vez, os temas escolhidos serviram para que os dois enaltecessem os seus mandatos e o diálogo entre eles. A Crivella, por exemplo, foi perguntado "como o presidente Bolsonaro ajuda o Rio de Janeiro na prática" e se "não era cedo para fechar os hospitais de campanha".
O prefeito afirmou que Bolsonaro ajudou ao cooperar na renegociação de dívidas do município com a União. Para Crivella, "o pior momento da pandemia já passou".
A Flávio, foi perguntado "o que ele faz pelo Rio de Janeiro em seu mandato". O senador citou emendas e diálogo com a prefeitura, sem mencionar o governador Witzel, desafeto dos Bolsonaro.
Ao final da gravação, a filha mais nova de Flávio Bolsonaro apareceu em frente à câmera. Crivella aproveitou a oportunidade para mostrar intimidade com Jair Bolsonaro. "Quem é essa princesa?", questionou. "Essa é a minha 02", respondeu Flávio.
"Eu quero saber se ela se lembra do vovô, com a distância dessa pandemia", brincou. Ao final, o prefeito afirmou que "agradecia devotadamente ao Flávio e ao [Jair] Bolsonaro, grande líder que esse país precisa".
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